Política
Entidades montam plano diretriz sobre Escarpa Devoniana
Sorteio de 20 prêmios de R$ 1 mil e um carro 0 km foi realizado durante a tarde desta sexta-feira (14) na sede da Prefeitura.
Da Redação | 15 de dezembro de 2018 - 01:10
Objetivo é promover
um desenvolvimento rural sustentável na região da área de preservação ambiental.
Proposta de redução da APA foi retirada da Alep.
O debate a respeito da área de preservação ambiental (APA) da
Escarpa Devoniana, localizada nos Campos Gerais, ganhou corpo com a retirada do
projeto de lei na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que planejava reduzir
a área de proteção em 68%. No final de outubro os autores do projeto –
deputados estaduais Plauto Miró (DEM) e Ademar Traiano (PSDB) – pediram o
arquivamento da proposta e deixaram que o próprio Conselho Estadual da Escarpa
Devoniana apresente um plano de ação sobre o tema.
A retirada abriu espaço para que entidades regionais
discutissem novos modelos de utilização sustentável do espaço, que atualmente
conta com 392 mil hectares e perpassa por 12 municípios paranaenses – a maioria
pertencente à região dos Campos Gerais. No início de dezembro, os deputados
estaduais Péricles de Mello (PT) e Rasca Rodrigues (Pode) realizaram uma
audiência pública na Alep com o objetivo de apresentar um plano diretriz para o
desenvolvimento rural sustentável na APA da Escarpa Devoniana.
De acordo com Péricles, a proposta tem o objetivo de fazer
com que a Escarpa Devoniana seja utilizada da maneira correta, com um consenso
entre todas as entidades e grupos sociais envolvidos, evitando com que o espaço
fique ‘abandonado’ como acontece nos dias atuais. “Compreendemos que não
bastava a não-aprovação do projeto. Mesmo sem o projeto, a escarpa continuava
destruída. Então precisamos focar e a partir daí fazer uma proposta para a APA.
Isso permitiu que conversássemos com as outras partes interessadas no uso
daquele espaço”, explica o deputado.
As propostas contidas no plano perpassam por alguns itens. O
primeiros deles tem o objetivo de conservar habitats e paisagens remanescentes.
Considerada a ação mais urgente da APA, a ideia é viabilizar a capacidade de
regeneração dos ecossistemas e garantir a conservação da biodiversidade e
aspectos cênicos. Um das sugestões do projeto, por exemplo, é apoiar a
implantação do Parque Nacional dos Campos Gerais, entre Ponta Grossa, Castro e
Carambeí, e que seria responsável pela conservação do local, ao lado do Parque
Estadual do Guartelá e do Parque Estadual de Vila Velha.
A segunda estratégia é a recuperação de áreas de preservação
permanente em nascentes e rede hidrográfica. O professor do departamento de
Geociências da UEPG e um dos idealizadores do projeto, Gilson Burigo, afirma
que o espaço conta com água limpa e em abundância, um dos grandes desafios da
sociedade para o século XXI. O estudo também busca promover a diminuição dos
impactos ambientais dos sistemas de produção do agronegócio.
Ação cria
alternativas sustentáveis de produção
Os três itens, de acordo com o estudo, abrirão caminho para
o fomento de alternativas sustentáveis de produção, como o desenvolvimento do
turismo ambiental, de produtos orgânicos e opções ambientalmente corretas de
produção agropecuária. A proposta tem o apoio da Universidade Estadual de Ponta
Grossa e é assinada pelo Laboratório de Mecanização Agrícola (Lama) e pela
Fundação de Apoio ao desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico da
UEPG (Fauepg). Segundo Péricles, o projeto foi visto com bons olhos pelo futuro
governador Ratinho Junior (PSD) e pelos deputados que apresentaram a proposta
inicial de redução da área. A ideia é transformar o plano diretriz em um plano
executivo, para que as sugestões saiam do papel e comecem a ser desenvolvidas.