Safra
Mercado ensaia reação graças ao tempo instável
Da Redação | 08 de novembro de 2014 - 03:58
Sensível às expectativas que podem ser alteradas e influenciar o resultado da safra, o mercado vem ensaiando uma reação nos preços dos grãos de verão desde o mês passado. Com o clima com chuvas esparsas e insuficientes, a safra pode ficar comprometida. Os dados estão no relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) de outubro.
Segundo o Deral, os preços da soja e milho (commodities agrícolas) e do feijão estavam em queda no mercado, em função da recomposição dos estoques mundiais e maior oferta de grãos. “No último mês, foi possível identificar uma leve reação nos preços, que pode ser também reflexo com as incertezas do clima”, acredita o chefe da conjuntura agropecuária do Deral, Marcelo Garrido.
No período de outubro de 2014, em relação ao mesmo mês do ano passado, a soja apresenta uma queda de 14% e o trigo 40%. O feijão preto caiu 32% e o feijão de cores registrou queda de 41% no preço. O milho registra uma leve alta, de 3%.
Já no mês de outubro de 2014 em relação a setembro, o preço da soja reagiu 3,2%, o do milho 0,1%. O feijão preto subiu 1,2% e o feijão de cor 29,2%. O trigo, por estar em período de colheita e aumento da oferta, mantém um recuo de 2,9% nos preços.
Para a técnica Juliana Tieme Yagushi, as incertezas climáticas em várias regiões e o aumento do câmbio favorecem a reação na formação de preços de culturas como soja e milho.
Nas lavouras de feijão, por exemplo, o relatório do Deral demonstra que houve redução de 17% na área de plantio, em relação ao ano passado. Neste ano são 197 mil hectares na safra das águas. A expectativa de produção também cai de 402.374 toneladas para 367.524 toneladas - uma queda de 9%.
ENTENDA
Feijão está com excesso no mercado
A descrença no plantio de feijão no Paraná tem um explicação e ela pode ser entendida através da lei da oferta e procura.
Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Carlos Alberto Salvador, os produtores reduziram a área plantada em função do excesso de oferta de feijão de anos anteriores. Isso se reflete diretamente nos valores de venda desse produto, ocasionando uma queda nos preços de comercialização.