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Discussão sobre homeschooling é ‘perda de tempo’, diz Esméria
<b style="font-family: "Titillium Lt"; color: rgb(0, 0, 0);">Secretária de Educação repudiou tramitação de projeto de lei que prevê a regulamentação local do ensino domiciliar. Vereadores também criticaram proposta durante a sessão.</b>
Rodrigo de Souza | 30 de maio de 2019 - 02:06
Secretária de
Educação repudiou tramitação de projeto de lei que prevê a regulamentação local
do ensino domiciliar. Vereadores também criticaram proposta durante a sessão.
A secretária municipal de Educação, Esméria Saveli,
considerou a discussão sobre homeschooling – ensino domiciliar – no âmbito
municipal uma “total perda de energia e de tempo”. A declaração diz respeito a
um projeto de lei em tramitação na Câmara de Ponta Grossa que busca
regulamentar a prática em nível local. Durante a sessão de quarta-feira (29) no
Legislativo, vereadores também criticaram a medida, que atualmente aguarda um
parecer da Comissão de Legislação, Justiça e Redação (CLJR).
“Infelizmente a Educação brasileira vem sofrendo inúmeros
ataques nos últimos meses, e este é apenas mais um deles”, afirmou a
secretária, em comunicado encaminhado exclusivamente ao portal aRede
e ao Jornal
da Manhã. “Sua discussão não tem o menor cabimento para estar presente
em nossa Câmara de Vereadores. Defender uma educação caseira em um país tão
desigual, que precisa tanto de investimentos e dedicação para a construção de
uma escola pública gratuita e de qualidade para todos, como a que estamos
construindo em Ponta Grossa, é uma total perda de energia e de tempo”, disse.
O tema gerou discussão na Câmara durante o uso da tribuna
pelo vereador Pietro Arnaud (Rede), presidente da CLJR. “O projeto de
homeschooling é uma ofensa aos educadores de Ponta Grossa. Estou chocado. Todas
as pessoas com quem eu falo ficam constrangidas com a proposta. É um ataque
frontal à Educação no Município e vai na contramão do que pretendemos para a
Educação brasileira”, afirmou Arnaud.
A posição foi acompanhada pelo presidente da Mesa Executiva,
Daniel Milla (PV). “[O projeto] não tem estrutura para ser aplicado em Ponta
Grossa. Desprestigia a classe educadora e desvaloriza o ensino do professor. Os
professores devem ser respeitados, principalmente pelo trabalho feito em sala
de aula”, pediu. Assim como Arnaud, Milla pediu que o autor da proposta,
vereador Felipe Passos (PSDB) retire a medida de tramitação.
Quem também lamentou o projeto foi a vereadora Professora
Rose (PSB), representante da categoria no Legislativo. “Se o vereador pensar
duas vezes, ele mesmo retira o projeto. Está indo na contramão da nossa
Educação e desprestigiando nossos valorosos professores. As crianças precisam
da escola e dos educadores para a socialização. Não existe pontos positivos no
projeto”, avaliou.
Autor garantiu que
seguirá com a proposta
Também durante a sessão, Felipe Passos (PSDB) afirmou que
não pedirá a retirada do projeto e que pretende realizar uma audiência pública
para debater sobre o tema. “Estou discutindo [a proposta] com a professora
Esméria [secretária de Educação]. Trouxe um promotor de Curitiba e o presidente
da Associação Nacional de Educação Domiciliar para que todos tenham a
oportunidade de se debruçar diante da verdadeira face do projeto. O promotor
viu total legalidade no projeto municipal, que inclusive já foi aprovado em
outras cidades”, disse Passos. Por fim, ele ainda pediu que a CLJR emita um parecer
em relação ao tema somente após a realização da audiência pública.