Cotidiano
Docentes da UEPG devem deflagrar greve em até 15 dias
<b>Sindicato dos professores aprovou indicativo de greve em assembleia na última terça (28). Presidente revelou que paralisação total deve acontecer em “uma ou duas semanas”</b>
Da Redação | 30 de maio de 2019 - 00:38
Sindicato dos
professores aprovou indicativo de greve em assembleia na última terça (28). Presidente
revelou que paralisação total deve acontecer em “uma ou duas semanas”.
Uma greve dos docentes da Universidade Estadual de Ponta
Grossa (UEPG) está muito próxima de ser deflagrada, de acordo com o presidente
do sindicato que representa a categoria. Em assembleia na última terça-feira
(28), os professores decidiram pelo indicativo de greve geral a partir do dia
14 de junho em âmbito nacional, além de confirmarem a entrada em estado de
greve, de acordo com algumas reivindicações em nível estadual.
Nacionalmente, a Seção Sindical dos Docentes da UEPG
(Sinduepg) se posiciona contrária ao corte de verbas anunciado pelo Ministério
da Educação (MEC) nas instituições de ensino superior.
A pauta principal, no entanto, tem a ver com decisões tomadas
pelo governo do Estado. De acordo com o presidente do sindicato, Marcelo
Ubiali, os professores reivindicam o pagamento imediato da data-base, com reposição
inflacionária de 17,04% acumulada desde 2016; o arquivamento o projeto de lei
complementar (PLC) 04/2019, que precariza as condições da carreira docente,
como ascensões, salários e outros direitos previstos em lei (a medida tramita atualmente
na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa); a liberação
das verbas contingenciadas pelo governo paranaense para as instituições de
ensino superior; e pela anuência de vagas e contratação de professores
aprovados em concursos públicos, além da abertura de novos processos seletivos
para suprir a necessidade de docentes na instituição.
Apesar de não anunciar oficialmente, o governador Ratinho
Junior (PSD) já comunicou através de líderes do governo que não deve reajustar
o salário dos servidores – incluindo os professores – em 2019. O posicionamento
traz preocupação ao Sinduepg, segundo Ubiali. “É uma mudança de postura
política em comparação à campanha eleitoral. Ele fez críticas à gestão anterior
por não cumprir a lei da data-base, mas agora também não irá cumpri-la. Já
fizemos três reuniões com o governo, e em nenhuma delas ele sequer apresentou
números ou uma alternativa. Então podemos concluir que ele não cumprirá a lei”,
avalia.
Durante o final de semana, o comando sindical docente das
universidades estaduais se reúne em Foz do Iguaçu para deliberar em relação à
greve. Segundo Ubiali, o encontro deve definir uma data para a paralisação dos
docentes, incluindo na UEPG. “A greve está muito próxima de ser deflagrada. Não
tarda, é uma ou duas semanas. Das próximas semanas não passa. Diante do cenário
atual, não tem mais como esperar”, revelou.
Estudantes se mobilizam nesta quinta
Acadêmicos e estudantes secundaristas de Ponta Grossa
realizam nesta quinta-feira (30) uma mobilização em alinhamento com o Segundo
Dia Nacional em Defesa da Educação, com manifestações por todo o país. As
pautas são semelhantes às do Sinduepg, principalmente em relação aos
contingenciamentos de gastos em âmbito federal e estadual. A mobilização tem
início às 9 horas na Praça Barão do Rio Branco e conta com programação durante
todo o dia. Nesta quarta-feira (29), o sindicato dos docentes anunciou que
apoia a mobilização dos estudantes.