Cotidiano
Acipg é contra o uso de verba municipal para fortalecer polícia
Instituição critica projeto que autoriza Prefeitura custear despesas das Polícia Civil e Miliar. Medida está em tramitação na Câmara Municipal.
Da Redação | 29 de novembro de 2019 - 02:30
Instituição critica
projeto que autoriza Prefeitura custear despesas das Polícia Civil e Miliar.
Medida está em tramitação na Câmara Municipal.
A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta
Grossa (Acipg) se manifestou contrária ao projeto de lei 384/2019 que autoriza
previamente a criação de um Programa de Fortalecimento da Polícia Civil e
Militar no município de Ponta Grossa, proposto pelo vereador, pastor Ezequiel
Bueno (Republicanos). Para a Associação, as forças de segurança estaduais são
de obrigação do governo do Estado manter, e não do município que já tem sob sua
responsabilidade a Guarda Municipal.
De acordo com o projeto de lei, o programa tem como objetivo
realização de despesas por conta de recursos livres do Município para fins de
fortalecer as ações da Policia Civil e Militar, através da compra de material
de consumo, contratação de estudos e projetos técnicos de prevenção e combate à
criminalidade, contratação e serviços de transporte para policiais vindos de
outras localidades, manutenção de veículos assim como locação, conservação e
manutenção de imóveis, e aquisição e manutenção de equipamentos.
O presidente em exercício da Acipg, Estefano Stemmer Júnior,
disse que a instituição sempre foi sensível às necessidades das forças de
segurança em Ponta Grossa, bem como através do Conselho Comunitário de
Segurança (Conseg), auxilia a Polícia Civil, Científica e Militar, como também
o Corpo de Bombeiros. “A Acipg
juntamente com o Conseg realizou recentemente um bazar com itens da Receita
Federal com o objetivo de levantar recursos para projetos enviados por estas
organizações. Através do Conseg, a Acipg já custeou a manutenção de veículos da
frota, comprou motocicletas, realizou pequenas reformas, entre outras benfeitorias
necessárias”, explica.
No entanto, a Acipg acredita que esta proposição não deveria
ser aprovada em virtude de o Município ter outras atribuições que poderiam ser
prejudicadas pela medida. “Além disso, o projeto tem vício de origem. Deveria
ser proposto pelo prefeito por autorizar despesas ao município. Isto não é
função do vereador”, ressalta o presidente da ACIPG em exercício.
Stemmer Júnior lembra que a Acipg já foi responsável pela
Ação Direta de Constitucionalidade (ADIN), baseada em decisão do Tribunal de
Justiça do Paraná para a suspensão do Funrebom, que era uma taxa municipal em
que os recursos eram destinados ao Corpo de Bombeiros. “Da mesma maneira agora,
o cidadão já paga os tributos estaduais que deveriam dar conta da manutenção
tanto da Polícia Militar, quanto da Polícia Civil. Não faz sentido a utilização
de recursos municipais para uma função que é do estado”, pondera Stemmer
Júnior, que entende que o projeto deveria receber parecer contrário da Comissão
Permanente de Legislação, Justiça e Redação.
Vereador fala em ‘contrapartida’
por serviço
Em entrevista ao portal aRede, o autor do projeto de lei,
vereador Pastor Ezequiel Bueno, concordou que a obrigação em custear o serviço
é do Estado, mas afirmou que a prefeitura poderia oferecer uma contrapartida
pelo trabalho prestado no município. “É o mesmo caso da construção de hospital
por parte do governo do Estado, por exemplo, em que o Poder Executivo auxilia
com parte do valor. Já que os policiais prestam serviço pela nossa cidade,
seria justo que também fossem contemplados com recursos livres”, explica. Além
disso, o vereador ainda citou que o projeto de lei em questão apenas autoriza o
Município a criar o programa, e não obriga a criação. “Fica a critério do
Executivo a criação”, conta.