Cotidiano
PF combate tráfico internacional de drogas no Paraná
Ação conjunta da Polícia Federal e Receita Federal busca desarticular financeiramente uma quadrilha especializada no envio de cocaína para a Europa
Da Redação | 05 de novembro de 2020 - 01:20
Ação conjunta da Polícia Federal e Receita Federal busca desarticular financeiramente uma quadrilha especializada no envio de cocaína para a Europa
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal,
deflagrou na manhã desta quarta-feira (4) a Operação Narcobroker, com o
objetivo de desarticular financeiramente uma organização criminosa especializada
no envio de cocaína para a Europa.
Foram sequestrados mais de R$ 40 milhões em bens do
narcotráfico, consubstanciados em dezenas de imóveis e veículos de luxo.
Somente uma das casas que teve o sequestro determinado pela Justiça Federal em
Curitiba foi comprada pelo chefe da organização criminosa por aproximadamente
R$ 6 milhões.
Cerca de 150 policiais federais cumprem 39 mandados
judiciais, sendo nove de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 28 de
busca e apreensão no Paraná (Curitiba, Paranaguá, Matinhos, Campo Largo), em
São Paulo (São Paulo, Santos, Santo André, Peruíbe, Atibaia) e em Santa
Catarina (Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Camboriú e Urubici). Auditores
da Receita Federal do Brasil também participam das buscas.
A Justiça Federal em Curitiba também determinou o bloqueio
de contas de 68 pessoas físicas e jurídicas que, segundo as investigações,
tiveram movimentação suspeita de aproximadamente R$ 1 bilhão entre os anos de
2018 a 2020. O montante total dos valores bloqueados ainda não foi contabilizado.
Também na ação de hoje, foi determinado pela Justiça
Federal, o bloqueio de três empresas que eram utilizadas pela organização
criminosa para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, as quais passarão a
ser administradas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD/MJSP)
em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA).
As investigações da PF foram iniciadas em 2019 e apontam que
os integrantes da organização criminosa utilizavam empresas fantasmas e de
fachada para comprar mercadorias de origem orgânica, visando dificultar a
atuação dos órgãos de fiscalização e segurança. Tais mercadorias eram
acondicionadas em contêineres que também ocultavam centenas de quilos de
cocaína que eram enviados à Europa.
Foram apreendidas anteriormente mais de 13 toneladas de erva
mate, ativo biológico que será alienado antecipadamente conforme autorizado
judicialmente.
Durante os trabalhos investigatórios ocorridos, também foram
apreendidos 240 quilos de cocaína no porto de Paranaguá.
Além disso, a Justiça Federal expediu o mandado de prisão
preventiva em desfavor de um brasileiro que se passava por empresário na
Espanha, mas na realidade, tratava-se de um suspeito entre as organizações
criminosas brasileiras e europeias; e que recebia a droga que vinha escondida
em meio à carga lícita que era enviada.
Narcobroker
A denominação da investigação provém da junção de dois termos comumente utilizados em investigações de tráfico internacional de drogas: o termo em inglês BROKER (corretor, negociador) e NARCO, que em tradução livre para o espanhol significa TRAFICANTE.
Informações Polícia Federal.