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Direito UEPG divulga carta de apoio ao Sleeping Giants Brasil

Em manifesto assinado por alunos e professores do curso, é citada a importância da atitude do casal ponta-grossense no combate às fake news

Aberto há sete meses, o perfil Sleeping Giants Brasil (SGB) tem causado um tsunami em sites da extrema direita
Aberto há sete meses, o perfil Sleeping Giants Brasil (SGB) tem causado um tsunami em sites da extrema direita -

Em manifesto assinado por alunos e professores do curso, é citada a importância da atitude do casal ponta-grossense no combate às fake news

Alunos e professores do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) assinaram uma carta de apoio aos ponta-grossenses Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle, casal que comanda o Sleeping Giants Brasil.

Aberto há sete meses, o perfil Sleeping Giants Brasil (SGB) tem causado um tsunami em sites da extrema direita ao forçar uma debandada de empresas anunciantes. A situação ocorre quando o SGB publica, em seu Twitter ou em seu Instagram, um alerta para uma determinada empresa, informando que ela está anunciando em sites de fake news.

O grupo foi fundado por apenas duas pessoas, um casal de 22 anos de Ponta Grossa, no interior do Paraná. Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle moram com os pais e são namorados desde os 15 anos. Ele era motorista de Uber até que teve o carro batido no início do ano. Ela era vendedora de maquiagens até que a epidemia da Covid-19 fechou os salões de beleza em Ponta Grossa.

Veja abaixo, na íntegra, a carta de apoio divulgada pelo curso de Direito da UEPG:

Acordando as gigantes!Recentemente, viemos a saber, com indisfarçável satisfação, que dois alunos do curso de Direito da UEPG operavam as páginas do Sleeping Giants Brasil. Em entrevista, eles afirmaram não se reconhecerem como ativistas políticos, e nem deveriam, mas como ativistas da ética econômica.O Sleeping Giants Brasil é um perfil de redes sociais que assumiu a tarefa republicana de mapear e notificar empresas que anunciam online sempre que seus recursos monetários forem direcionados ao financiamento de fake news (notícias falsas) ou discursos de ódio e intolerância (relacionados a raça, religião, orientação sexual, gênero, opinião política etc.).O perfil atua nos confins da ética da economia de mercado e, como tal, é o piloto de testes dos valores supostamente civilizatórios, humanistas, republicanos e universalistas do dinheiro, das finanças e do capital. O Sleeping Giants Brasil testa a ética do capitalismo mundial e algorítmico ao mapear o caminho invisível que o dinheiro, virtual e abstrato, percorre desde as contas das empresas anunciantes, passando pelas plataformas, chegando aos sites e aos bolsos daqueles que propagam o ódio e a mentira.Sua atuação, inteiramente constitucional e legal, vale-se da transformação do mercado de marketing, da aceleração de sua migração para o meio social online, e de sua mediação por grandes plataformas. Estas se rentabilizam ao vincular empresas anunciantes a sites de anunciadores por meio de propaganda online patrocinada, dirigida por algoritmos e Big Data. O que o Sleeping Giants Brasil faz não é mais que uma pergunta contratual: questionam as empresas financiadoras se elas, realmente, desejam patrocinar, com seu dinheiro e com a respeitabilidade de suas marcas, conteúdos inverídicos e intolerantes.Sua ação ética está amparada pelo direito de petição, pela liberdade de ação, pela liberdade de pesquisa intelectual e pela liberdade de iniciativa, todas elas asseguradas pela Constituição de 1988 na condição de direitos fundamentais e de cláusulas pétreas irrevogáveis. Ao perguntar às empresas se “é isto mesmo?” que elas desejam financiar, o Sleeping Giants Brasil não está exercendo qualquer liberdade de opinião, mas, o direito cívico e constitucional de perguntar – direito de todos e de cada um.Contra o que dizem aqueles que os perseguem, anestesiados pelos discursos de ódio “anti-ideológicos”, a escolha do anonimato para as ações do Sleeping Giants Brasil não as desabona. Ao revés, seria o caso de questionar sobre que qualidade democrática ostentam nossas instituições para que um casal de jovens, que não fez absolutamente nada, exceto perguntas, precise do anonimato para protegerem a si mesmos e às suas famílias de agressões, de ameaças, de invasão de sua privacidade e intimidade, da divulgação ilegal de seus dados etc.Em nome da democracia acima de tudo, e da liberdade de questionar acima de todos, nós – professores do curso de Direito da UEPG –, firmamos abaixo esta nota de apoio aos nossos alunos, Mayara e Leonardo. Assinam o presente:
  • Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa
  •  Colegiado Setorial
  •  Colegiado do Curso de Direito
  • Adriana de Fátima Pilatti Ferreira Campagnoli
  • Adriano Alberto Smolarek
  • Alexandre Almeida Rocha
  • Amanda Cristhina Flach
  • Andrea Gaspar Soltoski
  • Andréia Izamara Tavares Kerber
  • Clóvis Airton de Quadros
  • Dhyego Câmara de Araujo
  • Dircéia Moreira
  • Gisele Cristina de Oliveira
  • Guilherme Amaral Alves
  • Igor Sporch da Costa
  • Jeaneth Nunes Stefaniak
  • Karoline Coelho de Andrade e Souza
  • Luana Márcia de Oliveira Billerbeck
  • Ludmilo Sene
  • Luiz Fernando Oliveira
  • Márcia Santos da Silva
  • Maria Cristina Baluta
  • Maria Cristina Rauch Baranoski
  • Maria Marce Moliani
  • Maria Raquel Bacovis
  • Murilo Duarte Costa Corrêa
  • Nara Luiza Valente
  • Oriomar Skalinski Junior
  • Paulo César de Lara
  • Pedro Fauth Manhães Miranda
  • Rafaella Martins de Oliveira
  • Rauli Gross Junior
  • Renê Francisco Helmann
  • Thiago Vieira Mathias de Oliveira
  • Vanderlei Scheneider de Lima
  • Vítor Hugo Bueno Fogaça
  • Volney Campos dos Santos
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