Cotidiano
PR está pronto para iniciar vacinação contra a Covid-19
Governador diz que o Estado já tem em estoque 11 milhões de seringas e agulhas armazenadas e outras 16 milhões estão em fase final de aquisição
Da Redação | 14 de janeiro de 2021 - 09:57
Governador diz que o Estado já tem em estoque 11 milhões de
seringas e agulhas armazenadas e outras 16 milhões estão em fase final de
aquisição
O governador Carlos Massa Ratinho Junior vistoriou nesta
quarta-feira (12) o estoque dos chamados insumos secos que o Paraná já tem
disponível para iniciar o processo de vacinação contra a Covid-19. São agulhas,
seringas, máscaras, luvas, aventais e algodão, entre outros itens, que estão
centralizados em dois pontos principais em Curitiba: o Centro de Medicamentos
do Paraná (Cemepar) e o Ginásio de Esportes do Tarumã.
Apenas entre agulhas e seringas, o Estado conta atualmente
com 11 milhões de unidades em estoque, quantidade que vai saltar para 27
milhões nos próximos dias com a compra de mais 16 milhões, em fase final de
aquisição pela Secretaria de Estado da Saúde. O material garante as duas doses
de vacinação de toda a população do Estado.
“Estamos prontos. Temos agulhas, seringas, mais de 1.800
pontos de vacinação e uma logística pronta para os imunizantes chegarem nos
municípios. A ideia desta visita foi justamente para dar início à distribuição
deste material aos 399 municípios do Paraná”, afirmou o governador. “É um
planejamento que está sendo construído há dias para que possamos começar a
imunizar os paranaenses assim que a Anvisa garantir a qualidade técnica de uma
vacina”, acrescentou.
A primeira parte da visita foi às instalações do Centro de
Medicamentos do Paraná (Cemepar), em Curitiba. É lá que está armazenada a
maioria dos insumos. O Ginásio do Tarumã, cedido pela Paraná Esporte, funciona
como ponto de apoio. Ratinho Junior destacou que a distribuição deste conjunto
de material para as 22 Regionais de Saúde do Estado vai começar imediatamente.
O transporte será feito por meio de quatro caminhões com baús refrigerados e
monitorados por satélite e, se necessário, também por três aviões da Casa
Militar do Estado.
“Hoje nós temos a capacidade de aplicar a primeira dose em
toda a população do Paraná no mesmo dia. Foi tudo pensado e planejado para que
o paranaense possa ser assistido de maneira rápida e perto da sua casa”,
ressaltou o governador.
VACINAÇÃO – Ele lembrou que o Paraná vai seguir o Plano
Nacional de Imunização (PNI) elaborado pelo Governo Federal. O Ministério da
Saúde espera começar ainda neste mês as imunizações dos grupos considerados de
risco. A estimativa é que o Estado receba 100 mil dos 2 milhões de doses do
imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e pelo Laboratório
AstraZeneca. As vacinas serão importadas do Instituto Serum, um dos centros da
AstraZeneca para a produção da vacina na Índia, pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz).
No Paraná, de acordo com a Secretaria de Saúde, o grupo
prioritário é formado por cerca de 90 mil profissionais da linha de frente do
combate à Covid-19, 10 mil índios acima de 18 anos mapeados em comunidades
isoladas de 30 municípios do Estado e 10 mil idosos que vivem em asilos e casas
de repouso. “Conforme forem chegando as vacinas, vamos imunizando mais pessoas.
Depende da aprovação da Anvisa. Ocorrendo isso, o Paraná começa automaticamente
a vacinar”, disse o governador.
ESTRUTURA – A estrutura paranaense para a vacinação
contra o coronavírus conta ainda com 21 câmaras frias já adquiridas e outras
180 em processo de aquisição. Mais 31 câmaras frias para armazenamento serão
compradas em parceria com o governo federal. O Estado dispõe também de freezers
para produção de gelo, equipamentos de ar-condicionado, contêineres
refrigerados de 40 pés para armazenamento de 100 mil doses de vacinas,
caminhões refrigerados para distribuição de imunizantes e a perspectiva de
implantação de câmaras modulares para armazenamento de frios nas 22 Regionais
de Saúde.
“Estamos preparados. Temos seringas, agulhas, algodão,
álcool, equipamentos de proteção individual (EPIs). A rede está montada. Tão
logo a vacina chegue ao Paraná, vamos colocá-la rapidamente, em 48 a 72 horas,
em todas as Regionais de Saúde”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto
Preto.
POSTOS – Outro ponto destacado pelo secretário é que o
Paraná conta atualmente com 1.850 salas de vacinação aptas para serem usadas,
em estratégia com os municípios. Rede que pode ser ampliada, se necessário, com
a adoção da chamada estratégia extramuros. “Quem vai vacinar efetivamente são
os municípios, mas todos serão atendidos. Pensamos no Paraná imunizado como um
todo”, ressaltou Beto Preto.
Diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Secretaria de
Estado da Saúde, Maria Goretti David Lopes destacou também que as 27 milhões
seringas e agulhas adquiridas neste momento serão para uso exclusivo de vacinas
contra a Covid-19. “São as melhores que temos no mercado. Agulha de altíssima
qualidade, que garante a segurança do profissional da saúde, facilitando o
descarte e evitando a contaminação de quem for aplicar”, disse.
De acordo com a diretora, em média, por ano, a Secretaria de
Estado da Saúde utiliza na rotina de vacinação 16 milhões de seringas e
agulhas. Esta quantidade se refere à rotina de imunização permanente (sarampo,
influenza, polio, entre outras) e não inclui a vacina contra o novo coranavírus
na conta.
COMPARATIVO – Os números reforçam a capacidade e
estrutura do sistema de saúde paranaense quando comparados com outras
localidades. Em relação às seringas/agulhas, por exemplo, o Paraná tem o
terceiro estoque do País em números absolutos: são 27 milhões de unidades,
sendo 11 milhões em estoque e outros 16 em aquisição. Apenas São Paulo com 111
milhões e Minas Gerais com 50 milhões têm mais material à disposição.
Levando em consideração a proporcionalidade em relação ao
tamanho da população, o Paraná também é o terceiro, com 2,34 seringas/agulhas
por habitante. Ou seja, número superior ao necessário para aplicar as duas
doses em todos os moradores do Estado – de acordo com a mais recente estimativa
do IBGE o Paraná tem 11.516.840 de habitantes.
Novamente São Paulo (2,40) e Minas (2,35) lideram. Em
relação aos vizinhos da Região Sul, Santa Catarina com 16,8 milhões de seringas
tem média de 2,33 e o Rio Grande do Sul (14,5 milhões no total) de 1,27. “O
Paraná é exemplo para o Brasil na compra desses insumos. Temos estoque e sem
pagar preços fora da realidade. É uma demonstração da organização desta equipe
da Saúde”, ressaltou Ratinho Junior.
CALENDÁRIO – O governador reforçou que a campanha
seguirá os critérios adotados pelo Ministério da Saúde por meio do Plano
Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, respeitando as
doses que ingressarem no Programa Nacional de Imunização.
Segundo o planejamento federal, a previsão é que a vacinação
dos grupos prioritários seja concluída no primeiro semestre de 2021. São eles:
trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas
com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos
e instituições psiquiátricas) e população indígena, na primeira fase; pessoas
de 60 a 74 anos, na segunda fase; e pessoas com comorbidades (como portadores
de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras), na terceira fase.
Outros grupos populacionais também considerados
prioritários, como professores, trabalhadores dos serviços essenciais (forças
de segurança e salvamento e funcionários do sistema de privação de liberdade),
populações quilombolas, população privada de liberdade, pessoas em situação de
rua e outros grupos serão contemplados na continuidade das fases, conforme
aprovação, disponibilidade e cronograma de entregas das doses a serem
adquiridas.
A estimativa do Ministério da Saúde é que sejam necessários
12 meses após o fim da etapa inicial para imunizar a população em geral.
Box 1
O que o Paraná já tem disponível para o início da vacinação contra a Covid-19
- 11 milhões de seringas já adquiridas;
- Registro de preço para aquisição de 16 milhões de
seringas;
- 21 câmaras frias já adquiridas e 180 em processo de
aquisição;
- Contratação de 31 câmaras frias para armazenamento em
parceria com o governo federal;
- 1.850 salas de vacinação aptas, em estratégia com os
municípios;
- Possibilidade de ampliação de locais de vacinação com a
estratégia extramuros;
- R$ 200 milhões na LOA 2021 (Lei de Diretrizes
Orçamentárias) para aquisição de vacinas;
- Abertura de processo de compra de agulhas;
- R$ 22 milhões para aquisição de EPIs: máscaras, luvas,
gorros, avental, algodão;
- Freezers (produção de gelo) e equipamentos de
ar-condicionado já adquiridos;
- 4 contêineres refrigerados de 40 pés para armazenamento de
100 mil doses de vacinas cada no Cemepar;
- 17 ª Regional de Saúde já locou um contêiner de 20 pés
para armazenamento de 50 mil doses de vacina;
- 4 caminhões refrigerados para distribuição de vacinas e
possibilidade de aquisição de novos veículos;
- Perspectiva de implantação de câmaras modulares para
armazenamento de frios nas 22 Regionais de Saúde.
Box 2
O que é o Cemepar
O Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), em Curitiba,
possui 3.630 metros quadrados de área total e capacidade de armazenamento de
6.142 metros cúbicos. É responsável, no âmbito da Secretaria de Estado da
Saúde, pelas operações logísticas de recebimento, armazenamento e distribuição
de medicamentos, soros e vacinas para as 22 Regionais de Saúde e para a capital
do Estado.
Especificamente em relação à Rede de Frio, o Cemepar conta
com a seguinte estrutura:
- 392 m² de armazenamento em câmaras frias de 2º a 8º C, com
expansão de 120 m² prevista para janeiro de 2021;
- 30 m² de sala climatizada (15º a 25º C) para instalação de
08 ultrafreezeres (-70º C), com possibilidade de expansão em duas fases
subsequentes;
- 4 caminhões com baús refrigerados e sistema de
rastreamento via satélite, de frota própria, para transporte.