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Lições de uma dona de casa

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Por Ágide Meneghette

Na maioria das vezes, a vida é simples, se não, ao menos óbvia em algumas situações. Na economia não tem mágica e nem invenção. A lição de uma boa administração financeira pode ser aprendida com a dona de casa. É preciso planejar, gastar dentro do que se ganha para, ao final do mês, honrar com os compromissos.

Se a carne vermelha está cara, a dona de casa substitui por frango. Se aumenta o preço do feijão, ela procura promoção, um mercado mais barato ou um produto alternativo. Não existe fórmula mágica. Caso contrário, quando o gasto é maior que o ganho, restam duas alternativas: pegar emprestado, pagando juros que podem tornar a dívida impagável, ou dar o calote.

Numa empresa, mudam-se os termos, mas a lógica é a mesma. Há um limite para endividamento. Quando o valor recebido é menor do que o montante a pagar, o resultado só pode ser um: prejuízo. O desdobramento desta situação gera redução da produção, desemprego, empréstimos e por aí vai. A diferença é que um administrador responsável, como a boa dona de casa, planeja suas ações e seus gastos. Quando o sinal de alerta acende ele toma medidas que permitam, ao menos temporariamente, reduzir os custos até que o quadro melhore.

Então, por que com o governo seria diferente?  As notícias mostram diariamente que governo federal e os Estados estão, literalmente, quebrados. Não tem de onde tirar dinheiro.  Diante disso, a imposição de um teto para os gastos públicos é uma medida correta e que pode ajudar a conter as contas públicas. As despesas não podem ter crescimento acima da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Alguns críticos de plantão afirmam que essa medida provocará retrocessos insuperáveis, principalmente nas áreas da saúde e educação. Claro que no curto prazo teremos reflexos negativos. Porém, é preciso arrumar a casa e pensar em longo prazo.  Mesmo assim, o governo está tão inchado que, por meio de uma boa gestão, é possível realizar cortes, sem atingir os serviços essências a população.

É preciso ter consciência de que os tempos são difíceis e exigem sacrifícios, se quisermos pensar num futuro com crescimento sustentável. Voltando a lição da dona de casa em tempos de recessão, tem que se fazer economia. Buscar alternativas  para atender as necessidades básicas e cortar os excessos.

Planejamento é a outra lição que devemos aprender com a dona de casa. Para se alcançar a recompensa, seja um sofá novo ou férias com a família, é necessário um esforço de poupança. As conquistas de amanhã exigem sacrifício hoje.

Certamente, fazem parte da lista de prejuízos incalculáveis, caso as regras básicas de uma boa economia não forem adotadas, não ter dinheiro para pagar as contas no final do mês, ser consumido por empréstimos e perder a credibilidade lá fora. Tudo isso para manter uma máquina pública inchada que atende as demandas eleitoreiras de políticos. Não ter recursos para investir no necessário é, principalmente, onerar o cidadão e o empreendedor com mais impostos. Receita antiga que já deveria ter sido esquecida.

Mais uma vez, vamos lembrar a economia doméstica. Reafirmo, de forma até repetitiva, as medidas são duras, mas necessárias diante do quadro atual.

Futuramente, ainda sem previsão, quando atingirmos o tão desejado equilíbrio financeiro, poderemos dormir tranquilos novamente por termos um país sem recessão, sem desemprego e com oportunidades para quem quiser produzir.

Ágide Meneghette é presidente do Sistema FAEP

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