Debates
As lições de 2020 para os empresários brasileiros
Da Redação | 23 de janeiro de 2021 - 01:59
Por Celso Sato
Janeiro de 2021 - 2020 foi um ano que
ninguém nunca teve no currículo. Ninguém pôde
comentar de algo tão parecido como o que foi e está sendo vivido
desde março do ano passado. Você que percorreu pela crise do
coronavírus em 2020, o que você fez para sobreviver a este ano? Todas
as respostas são grandes aprendizados e podem ser um grande
diferencial para quem passou por esse momento histórico. O modo como
as pessoas encararam a pandemia, mostra o que puderam abstrair
desse caos mundial.
Viver com um planejamento limitado, talvez tenha sido o
maior desafio de todos, porque antes, alguns não tinham uma métrica de objetivos
traçados, mas sabiam que conseguiriam chegar até lá, mesmo que de uma forma
mais lenta. Outros, muito bem estruturados, planejavam até o que seria feito em
alguns anos. E agora? Como foi viver em um cenário que não se podia
planejar, pois a cada dia, uma nova notícia chegava e desamparava cada fio de
esperança de que a pandemia acabaria em alguns míseros meses?
Os CEOs não tiveram muito tempo de prever o negócio
e, quando não se tem tempo, tem de estar muito bem
preparado para tomar decisões rápidas, baseado no
cenário do dia anterior. Fomos obrigados a tomar decisões, assertivas ou
não, pois não tínhamos as respostas para o amanhã. A meu ver foi muito
positivo.
As empresas tiveram de evoluir na marra,
tornando-se muito mais fortes hoje do que em janeiro quando o
ano ainda aparentava ser apenas mais um. Em um ano, as empresas fizeram o
que estava programa para três até cinco anos corridos. O desconforto
fez com que nos tornássemos mais competitivos, poupássemos o caixa e
fizemos rígidos controles de custo e despesas.
Com isso, como
o próprio dito popular afirma “ano novo, vida nova”,
dessa vez, a vida nova virá para todo mundo, querendo ou não. O ano de
2021 que começou será realmente novo também
porque ainda não sabemos o que irá acontecer e, além disso, entraremos
todos mais resilientes.
Ao ficarmos em casa, fomos forçados a ter coragem de
implementar tecnologia no dia a dia. A pandemia abriu os olhos e as
experiências positivas vão permanecer, como por exemplo, as reuniões virtuais,
as facilidades de compras pela internet, a telemedicina....
Mudamos também o modo de olhar para a vida. Ela se tornou mais
valiosa e um novo modo de pensar em todo um ecossistema foi
ativado. Precisamos cuidar de toda cadeia que nos envolve: parceiros,
fornecedores, clientes, colaboradores e a sociedade.
E como ficamos mais resilientes, não criamos
expectativas altas para o ano que
começou. Agora, trabalhamos mês a mês, de acordo com o
cenário. É preciso estar preparado para o caos. E não há outro
jeito. A tecnologia deixou há muito tempo de ser o CPD e quem não
a enxerga como ferramenta de sobrevivência, não vai ter
acesso ao mercado. As empresas listadas em bolsa e, as mais bem
avaliadas, não são mais somente varejo e relativos, são as empresas
de tecnologia. É um caminho sem volta e que pode nos
ajudar a criar processos mais eficientes para que a sociedade possa
se preocupar a ser mais humana.
*Celso Sato é presidente da Accesstage, Techfin, que
integra tecnologia e serviços para simplificar e promover maior performance na
gestão financeira, tem como posicionamento empoderar os gestores financeiros
por meio de tecnologias para ver, prever e agir, assim tornando-os confiantes
para tomar decisões acertadas.