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O perigo de estar em constante aceleração mental e estado de alerta
Da Redação | 02 de setembro de 2021 - 01:05
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É indiscutível que de uma maneira ou de outra, vivemos todos
sob pressão, de acordo com os critérios e condições da vida moderna.
Atualmente, as demandas são inúmeras, precisamos dar conta das mais diversas
atividades simultaneamente, sejam estas impostas por outros ou por nós mesmos.
Precisamos trabalhar e muitas vezes levamos mais trabalho para casa,
estratificando com outras tarefas que são próprias do lar, como cuidar dos
filhos e da casa. E tudo com tempo especificado de entrega, cronometrado nos
ponteiros do corre-corre que sobrecarrega de maneira absurda o nosso organismo
e prejudicando o nosso sistema biopsicofisico e hormonal.
Estamos sempre apressados para não perder o horário, para
encarar o engarrafamento do trânsito, para chegar ao trabalho, para se preparar
para aquele exame. Vivemos constantemente sob pressão, sendo o estresse o nosso
companheiro inseparável.
O estresse apresenta 3 estágios: o positivo, o de risco e o
de exaustão. Como podemos observar, o estresse não é necessariamente ruim quando
é positivo. Este é motivador, nos faz levantar da cama todos os dias com um
propósito e sentido de existência, o que é extremamente saudável. O problema se
instala quando não sabemos administrar o estresse, quando não aprendemos a
desacelerar, a relaxar, a dar uma pausa. Nesta situação específica, o estresse
deixa de ser um mecanismo de defesa, um fator protetivo para ser nosso vilão,
tornando-se nocivo e sendo causa de inúmeros desequilíbrios psicofísicos que se
traduzem principalmente nas doenças psicossomáticas.
O estresse é também um grande aliado para o desenvolvimento
de um esgotamento nervoso, podendo levar a estados depressivos ou à Depressão
propriamente dita, pelo exaurimento dos recursos psicofísicos do organismo,
configurando-se em estresse de exaustão (fase 3).
Entre a fase positiva do estresse e a de exaustão, temos a
fase 2, que é a de risco ou de alarme, onde o organismo emite diversos sinais
de alerta e que muitas vezes são desconsiderados. Nesta fase, o sistema
imunitário, responsável pela proteção do organismo contra agentes invasores, se
fragiliza, tornando o organismo vulnerável para o desenvolvimento de diversos
tipos de doenças. Na fase de risco do estresse, a pessoa passa a ficar gripada
com mais freqüência, as pequenas alergias surgem com mais facilidade, tais como
coceiras e rinite que se manifestam em momentos pontuais de estresse, antes de
cronificar-se.
Sendo assim, é necessário respeitar os sinais de alarme que
o organismo emite para que o estresse não passe para a fase alerta, tampouco de
exaustão, onde são manifestadas doenças inflamatórias e auto-imunes. Nesta fase
é comum surgir doenças como a gastrite nervosa, hipertensão arterial,
impotência sexual, Transtornos Ansiosos e Depressivos. O estresse negativo
também contribui de maneira significativa para o desenvolvimento de algumas
doenças auto-imunes, como o Lúpus Erimatoso.
Soraya Rodrigues de Aragão - Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Escritora e palestrante. Autora de 4 livros publicados. Site: www.sorayapsicologa.com Email: [email protected]