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Semana Nacional de Trânsito: o que comemorar
Da Redação | 21 de setembro de 2021 - 01:57
Por Marcos Lins Condolo
Durante a semana vindoura, entre os dias 18 a 25 de
Setembro, está programada em todo território nacional, a Semana Nacional do
Trânsito, determinada pelo Artigo 326 do Código de Trânsito Brasileiro. Durante
o período, as autoridades de trânsito, nas diversas esferas de atuação, irão
realizar ações preventivas e educativas, com o fito de conscientizar todos os
atores que interagem no trânsito, sejam motoristas, passageiros, motociclistas
e o vulnerável e indefeso pedestre.
Para este ano, o tema da campanha é: “No trânsito, sua
responsabilidade salva vidas”. Porém, ao que se sabe e à guisa de maiores
informações, inexiste qualquer iniciativa consistente e impactante, a ser
levada a efeito no âmbito do município de Ponta Grossa, cuja frota veicular tem
crescido exponencialmente nos últimos anos.
Em contrário, o único fato que transcende às atividades
desenvolvidas rotineiramente pela AMMT, é ainda o escândalo envolvendo o
sistema de fiscalização de estacionamento regulamentado (Estar).
Sobre o tema, em breve retrospectiva, após ter ocorrido a
prisão de agentes públicos, políticos e empresários no final do ano passado,
acusados pela prática de crime de corrupção, fraude e tráfico de influência; o
Estar Digital foi suspenso por tempo indeterminado.
Contudo, logo em seguida, em fins de janeiro de 2021,
estimando um prejuízo de R$ 320.000,00, decorrente da inatividade do sistema de
estacionamento regulamentado, a municipalidade veio a público afirmando que
iria retomar imediatamente o contrato com a empresa envolvida na investigação
criminal – Cidatec, após ter concluído um processo administrativo de análise
jurídica sobre os fatos trazidos à baila.
Posteriormente, instalada a CPI da Cidatec na Câmara de
Vereadores; na última quinta-feira foi divulgado o relatório final das
investigações do Estar Digital. A conclusão a que chegaram os edis não foi
outra, senão confirmar as investigações encetadas pelo Gaeco/Ministério
Público. No documento, foi sugerido à administração municipal a rescisão do
contrato com a empresa Cidatec, bem como, o envio das conclusões investigativas
à Promotoria de Justiça, para avaliação de eventual crime de improbidade
administrativa praticada por agentes públicos e ainda, a remessa ao fisco federal,
objetivando averiguar se houve sonegação fiscal na gestão contrato de
licitação.
Feita essas considerações, percebe-se que nos últimos anos,
jamais se priorizou no município a adoção de políticas públicas voltadas
exclusivamente à segurança do trânsito e à incolumidade do pedestre, através do
planejamento de ações preventivas e educativas viárias.
Logicamente, a única retórica vigente em terras princesinas,
é a priorização da atuação eminentemente repressiva do órgão de trânsito local,
que visa tão somente dar vazão à indústria da multa e ênfase à penalidade do
condutor, demonstrando que o poder público é sempre o maior algoz do cidadão.
Marcos Lins Condolo – Colaborador JM