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Juros em alta deixam cenário ainda mais desafiador
Da Redação | 18 de junho de 2022 - 00:01
Por Rogério Santos
A elevação de 0,5% da taxa básica de juros (Selic), para
13,25%, divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), nesta
quarta-feira, torna o cenário mais desafiador para a compra de imóveis
residenciais. Foi a décima-primeira alta consecutiva da Selic, e há
sinalizações de que outro aumento deve ser anunciado, em agosto, pelo Copom.
Em linhas gerais, o aumento gradual da Selic de 2% – patamar
de janeiro do ano passado – para 13% fez com que 4 milhões de famílias
deixassem de ter renda qualificada para acessar o financiamento habitacional,
segundo estimativa do coordenador do curso de Mercado Imobiliário da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental.
A projeção considerou que o custo efetivo total (CET) do
financiamento imobiliário sobe 1 ponto percentual a cada 2,3 pontos percentuais
de alta da Selic e teve como base a busca de 80% de crédito para a compra de
unidade de dois dormitórios com valor de R$ 250 mil.
Sabemos que a correção das taxas dos bancos que oferecem
financiamento imobiliário com recursos da poupança não é automática e
proporcional a cada variação da Selic, até porque as instituições monitoram o
comportamento dos bancos concorrentes pelos clientes.
De qualquer forma, os rumos da taxa básica de juros do país,
são o principal norte dos bancos para definirem os custos a serem cobrados.
Isso indica que, com esse novo aumento, menos gente conseguirá enquadrar a
parcela do crédito na fatia máxima de 30% da renda exigida para a liberação do
financiamento.
O raciocínio vale, principalmente, para compradores da
classe média. A baixa renda é atendida pelo programa habitacional Casa Verde e
Amarela, com regras próprias de juros e subsídios, enquanto o público de alto
padrão depende menos de financiamento por ter mais recursos próprios para
aquisição de imóveis.
Juros maiores significam também incremento do valor total a
ser pago pela unidade financiada. Conforme o perfil do comprador, taxas
elevadas resultam na opção de deixar os recursos disponíveis em aplicações
financeiras e continuar morando de aluguel. Na prática, podem levar à
postergação do momento de o comprador apostar na segurança que investir em
tijolo oferece.
Nesse contexto, a demanda por aluguel tende a crescer ainda
mais. Em maio, as buscas por locação de imóveis residenciais da plataforma da
UBlink cresceram 14 vezes mais do que a procura por unidades para compra. Com
mais liquidez, o tempo médio de disponibilidade das unidades para aluguel tem
caído na nossa plataforma.
Do lado da oferta, porém, observamos o movimento inverso. Na
nossa base, há mais entrada de unidades residenciais para venda do que para
aluguel.
Nossas décadas de experiência no setor imobiliário nos
mostram que, de acordo com o cenário macroeconômico, a demanda tende a ser
maior pela compra ou pelo aluguel de imóveis. Com atuação nas duas pontas, a
UBlink foi criada para oferecer a melhor experiência aos clientes em qualquer
momento do ciclo imobiliário em que o país estiver.
Rogério Santos é um dos fundadores da UBlink