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Impacto da escolaridade nos salários

O trabalho no Brasil vem refletindo a acelerada modernização das formas de produção, armazenagem e distribuição. O uso de recursos informatizados espalhou-se em todos os segmentos da economia, não há pequeno ou grande negócio que não os utilize de algum modo; máquinas agrícolas, equipamentos de construção civil, sistemas de controle bancário, leitores de cartão de crédito e uma infinidade de outros.

Mas, embora haja uma percepção de que as atividades laborais tornaram-se muito mais sofisticadas, a operação cotidiana de muitos equipamentos exige apenas um ciclo de treinamento, pois as máquinas são construídas para ter uma “interface amigável ao usuário”, até mesmo instruindo-o quanto ao modo de agir em caso de imprevisto. A real compreensão dos processos, da construção, da programação, da correção de erros, decorre de conhecimento aprofundado, de anos de estudo; de igual maneira, a atividade fim, um computador dedicado à contabilidade, por exemplo, apenas executa tarefas determinadas e jamais dispensa controle e supervisão de um profissional qualificado.

Isso explica em parte porque, ainda que a renda média do brasileiro tenha crescido até bem recentemente, as disparidades entre os salários permanecem.
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constata que a evolução dos salários reais, já corrigidos pela inflação, dos profissionais de ocupações de nível superior, segundo dados extraídos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem se comportado favoravelmente ao longo dos últimos anos. Também de outras fontes é possível verificar que a diferença salarial entre um trabalhador sem qualquer instrução e aquele com pós-graduação pode chegar a 600%, para citar casos extremos. As oportunidades de conseguir emprego parecem crescer exponencialmente com o nível de escolaridade.

Alguns jovens recém-formados em faculdades declaram-se frustrados por não conseguirem começar de imediato a trabalhar na área do curso que fizeram, com sua insatisfação contaminando outros, que passam a acreditar que a formação universitária é apenas miragem, desnecessária. Para eles uma má e algumas boas notícias:
_Diploma não é uma chave que abre todas as portas, não é garantia de uma carreira na profissão escolhida, que dependerá também de outros fatores como determinação, insistência, oportunidade, esforço, e disposição de contínua aprendizagem ao logo da vida.

É chave, porém, para muitas portas inesperadas, até de atividades ligadas de modo indireto ao que pareciam ser as únicas possibilidades da profissão.
_Diploma não é uma trava que prende o formado a apenas umas poucas escolhas, ao contrário, liberta-o para um número imenso delas. Nosso tempo é do empreendedor, do inovador. Todas as profissões têm nichos especializados, alguns pouco conhecidos ou procurados até mesmo pela falta de oferta de profissionais.

_Diploma é praticamente garantia de melhoria profissional, social e financeira, ao longo do tempo.
_A cada nível atingido de formação escolar (básico, médio, superior, pós-graduação) o nível salarial pode ser elevado em média em 50%.

Novamente segundo o IPEA, em média as ocupações de nível superior no Brasil apresentaram ganhos salariais mais expressivos que aquelas dos técnicos de nível médio: enquanto, por exemplo, o salário destas cresceu em torno de 10% entre 2009 e 2012; entre o pessoal ocupado em carreiras típicas de nível superior o crescimento no mesmo período foi de 16%.
O estudo é sempre importante: ilumina, esclarece, amadurece, e também ajuda a melhorar a vida material das pessoas.

Wanda Camargo
[email protected]
*Autor é educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.

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