Dinheiro
Comércio de PG projeta queda de 40% no Dia das Mães
Fernando Rogala | 07 de maio de 2020 - 01:00
Dia das Mães, reconhecido como a segunda melhor data para o comércio (atrás apenas do Natal), deverá registrar, neste ano, o pior desempenho dos últimos anos. Celebrado neste domingo, 10 de maio, o dia será impactado pelos efeitos da pandemia mundial do coronavírus: em Ponta Grossa, há um escalonamento de abertura das lojas (nem todas estão com as portas abertas todos os dias, portanto) e, além de acordos para a redução de salários junto a trabalhadores, demissões foram registradas desde março. Diante de todo esse cenário, a estimativa é de que haja uma redução de, pelo menos, 40% nas vendas, na comparação com o mesmo período em 2019.
Essa redução, informa o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ponta Grossa e Região (Sindilojas), e secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, José Loureiro, é o melhor cenário possível, e deve ocorrer mesmo diante de um aumento nas vendas no decorrer desta semana. Desde o último fim de semana, é visível o aumento no fluxo de pessoas pelo centro da cidade. “Não comparando com o ano passado, mas o movimento nesta semana está bom, está vendendo mais do que nas últimas semanas. Mas muitas mães não vão receber presente”, informa Loureiro.
Loureiro menciona a pesquisa divulgada nesta semana pela Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), a qual indica que o percentual de filhos que deve presentear as mães é de 68%; menor do que os 80% registrados no ano anterior. Além disso, quem comprar, deverá optar por presentes com menor valor agregado, ressalta Loureiro. “A pesquisa da Fecomercio aponta que as pessoas não vão comprar porque não tem dinheiro, e outras por causa do distanciamento social. No ano passado, o tíquete médio foi de R$ 125; enquanto que neste ano será de R$ 105, então vai reduzir também o valor, caindo o faturamento”, completa.
Segundo Loureiro, a data só não vai ser pior para os lojistas porque não houve uma grande preparação, como alto volume de compra de mercadorias – o que os deixaria com grande estoque e, consequentemente, com dificuldades de pagar os fornecedores. “A epidemia veio em março, quando os lojistas comprariam os produtos. E quem comprou em fevereiro pôde cancelar, porque não sabia quanto tempo ficaria fechado. Antes os comerciantes ficavam com as portas abertas 60 horas por semana, de segunda a sábado, e agora apenas duas vezes na semana, totalizando 12 horas por dia”, reforça, informando que há o risco de diversas lojas demitirem e algumas fecharem as portas após esta data.
Vestuário e bolsas são preferência
Roupas, bolsas ou calçados devem ser a aposta principal dos filhos para agradar as mães, com 32,4% das intenções, segundo a pesquisa. Perfumes ou cosméticos serão a escolha de 15,4%. Os demais tipos de presentes foram menos citados e incluem: eletrodomésticos ou objetos de decoração (5,5%), joias, bijuterias ou outros acessórios (5,5%), valor do presente em dinheiro (4,6%), livros (3,1%), flores (2,6%), cesta de café da manhã (1,3%), alimentos ou bebidas (1,1%), chocolate (0,7%), eletrônicos (0,7%), artesanato (0,5%) e demais opções (2,2%). Os que ainda não sabem o que vão comprar somam 24,5%.