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Mais de 50% das empresas de PG tiveram demissões

Diretor da Agência do Trabalhador de Ponta Grossa, John Elvis Ramalho, comenta que a procura do benefício do Seguro Desemprego está constante
Diretor da Agência do Trabalhador de Ponta Grossa, John Elvis Ramalho, comenta que a procura do benefício do Seguro Desemprego está constante -

Pesquisa realizada no município mostra que das 273 empresas que participaram do estudo, 51% delas demitiu. Uma delas demitiu 240 pessoas

Os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia municipal tornaram-se mais visíveis na segunda etapa da pesquisa realizada junto a empresas em Ponta Grossa neste mês de maio. O estudo aponta que, das 273 empresas que participaram do levantamento, mais da metade delas revelou que fizeram demissões, além de haver queda nas admissões. A média foi de quatro demissões por empresa, e há um temor quanto a um grande volume de demissões a partir de agosto, caso o panorama econômico atual persista. A pesquisa foi realizada pela Câmara Técnica Permanente de Comércio e Serviços, do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), em parceria com o Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (Nerepp) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Um dos dados mais preocupantes apontados na pesquisa foi de que apenas uma empresa, uma indústria de grande porte, demitiu 240 pessoas desde março. “E ela pretende fazer mais demissões, se continuar esse cenário. Pretende demitir em torno de 200, se continuar como está”, informou a pesquisadora do Nerepp, professora doutora em economia, Augusta Pelinski Raiher. Ela destacou os impactos negativos que causam as demissões realizadas por empresas de grande porte. “Percebe-se que a crise começa a ser sentida mais fortemente por praticamente todos os tipos de empresas, o que é preocupante, pois quando uma grande empresa demite, dispensa em grande quantidade, isso reverbera negativamente na economia tanto pelo aumento no desemprego, como pela consequente perda de poder de compra da população”, explica a economista.

De acordo com a pesquisa, analisando todos os estabelecimentos, observa-se que a maioria das empresas teve 80% ou mais de queda do seu faturamento nesse período. Já entre as empresas consideradas não essenciais, 53% dos estabelecimentos teve queda de 80% ou mais do seu faturamento. Na média, a perda de faturamento entre os estabelecimentos não essenciais foi de 65%, contra 40% de queda dos essenciais. Em outro estudo específico sobre as indústrias, para 20% delas houve perdas maiores que 60% nas receitas nos últimos meses. No setor industrial, 33% empresas realizaram demissões.

Os setores de turismo, hotelaria, atrativos e transporte de pessoas são os que mais estão sofrendo neste momento, nos quais, todas as empresas pesquisadas confirmaram pelo menos uma demissão. Por outro lado, teve setor sem registrar demissões. “Novamente, os estabelecimentos do transporte de cargas, setor considerado essencial nesse período, foi o único setor que não registrou nenhum estabelecimento com demissão”, disse Augusta.

Crise pode crescer a partir de agosto

De acordo com a pesquisadora Augusta, há um temor quanto à uma crise que está por vir nos próximos meses: a partir de agosto, poderá haver demissões em massa na cidade. Isso ocorre porque o governo lançou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, no início de abril, o que garante a manutenção dos contratos de trabalho por três meses, com mais dois de garantia na sequência. “Se mesmo com boa parte dos empresários aderindo ao programa, cerca de 50% deles, houve os cerca de 50% que fizeram demissões. Então a partir de agosto vai ficar liberado para fazerem demissões”, diz Augusta. “Se essas empresas que aderirem ao programa não retomarem sua dinâmica, quando tiverem a oportunidade, vão demitir. Temos que torcer para que essas empresas reanimem suas economias para que não efetivem essas demissões. Mas, se mantiver esse cenário, haverá uma crise muito grande de emprego”, finaliza

Pesquisa

Para realizar o levantamento, foram aplicados questionários a 273 estabelecimentos do município. A área do comércio varejista foi a que mais respondeu a pesquisa, correspondendo a 20%, seguida pelos outros serviços (15%), indústria (14%) e Gastronomia/Bares/Restaurantes (11%). Considerando os 8.664 estabelecimentos formais na cidade, a pesquisa trabalha com um nível de confiança de 90% e margem de erro de 5%.

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