PUBLICIDADE

Deral estima perdas de R$ 1,01 bilhão na safra da região

Imagem ilustrativa da imagem Deral estima perdas de R$ 1,01 bilhão na safra da região
-

Chuvas dos últimos dias impediram o aumento das perdas na soja, hoje estimadas entre 8% a 10% nos municípios dos Campos Gerais

As chuvas dos últimos dias trouxeram um alento aos produtores rurais dos Campos Gerais. Depois de um longo período de estiagem, que já afetou de forma irreversível a produção de feijão e de milho de primeira safra, caso a seca persistisse, poderia trazer mais perdas para a soja. Cerca de 8% a 10% da produção da soja nos Campos Gerais já é dada como perdida, mas esses dias chuvosos estabilizaram essa redução, de modo que as áreas não afetadas pela baixa produtividade, possam crescer normalmente e se desenvolver como deveriam. Ainda assim, o Deral estima que esse mínimo, de 8% na soja, resulte em perdas de R$ 503 milhões aos agricultores da região, valor que se for somado com as perdas no milho e feijão, o prejuízo chegará ao montante de R$ 1 bilhão aos produtores dos Campos Gerais.

“Na semana passada choveu cerca de 15 milímetros, em média, entre os dias 3 e 5. E agora nesta semana, com mais intensidade: no dia 10, por exemplo, os volumes variaram de 4 a 124 milímetros. A média das 43 estações da Fundação ABC apontou 33,26 milímetros de chuva, chegando a uma média de 60 milímetros em Tibagi, por exemplo. Em Ponta Grossa, porém, choveu menos”, explicou o economista do núcleo regional do Departamento de Economia Rural (Deral) de Ponta Grossa, Luiz Alberto Vantroba. Segundo ele, as chuvas de maior intensidade ficaram mais concentradas nos municípios mais ao norte da regional. Os 124 milímetros ficaram concentrados na região de Lavras, em Tibagi.

Diante de um período longo de pouca chuva entre novembro e dezembro, esse volume fez a diferença. “É claro que já melhorou muito a situação. Vamos dizer que estamos nos aproximando do normal, mas ainda assim temos chuvas mal distribuídas, porque houve uma variação de 4 a 124 milímetros, então o espaço é muito grande. Provavelmente devem haver áreas com falta de umidade no solo, que impede de proporcionar o bom crescimento das plantas”, completou o economista.

Apesar das chuvas impedirem o aumento das perdas, Vantroba ressalta que a seca já causou bastante estrago nas lavouras da região. “Essas chuvas deveriam ter ocorrido em novembro e dezembro. Por isso, temos perdas irreversíveis, como no feijão, que trabalhamos uma redução de 35% a 40% na produção. E no milho falamos em perdas de 30%, dependendo dos municípios – alguns mais, outros menos”, informou. No caso do feijão de primeira safra, 75% está colhido. Já o milho teria sua colheita iniciada nesta semana, mas com as chuvas, esse início deve acontecer quanto as chuvas cessarem e o tempo abrir – o que está previsto para acontecer no início da próxima semana.

Vantroba explica que a soja não foi tão impactada pela seca, como os outros cultivares, porque o plantio ocorre mais tarde em relação ao milho e ao feijão, avançando até a segunda quinzena de novembro. “Parte das áreas está em desenvolvimento vegetativo, floração frutificação – como tem algumas áreas em fruti, vai ajudar no enchimento de grãos”, relatou o economista. “Vamos torcer para que continue esse ritmo de chuvas, para que a quebra na nossa região, principalmente na soja, não seja tão grande. O ideal é que, a partir de agora, chova dentro da média, cerca de 200 mm em janeiro, 175 mm em fevereiro e 125 mm em março, de preferência de forma intercalada, com tempo bom e chuvas pelo menos uma vez por semana”, completa Vantroba.

Perdas no milho e feijão somam R$ 511 milhões

A chuva pode até ter impedido o aumento nas perdas na soja. Mas ainda assim, essa estiagem trará um grande impacto na economia regional, que tem alta participação no PIB dos municípios. De acordo com Um relatório atualizado do Departamento de Economia Rural (Deral), as perdas médias de 8% na soja resultariam em uma redução de 178,85 mil toneladas do grão, o que significaria perdas de R$ 503 milhões. No milho, os 31% médios de perdas estimadas no último boletim resultariam em uma baixa de 276,15 mil toneladas, o que em valores seriam uma perda de R$ 406,4 milhões; enquanto que no feijão, a retração de 40% traz 24,27 mil toneladas de perdas, o que em valores, causa uma quebra de R$ 105,54 milhões. “Tudo isso vai impactar até na circulação de dinheiro na região, porque vai diminuir o volume de grãos produzidos, e consequentemente, as comercializações”, reforçou o economista do Deral na região.

Perdas na soja passam de 70% no Oeste

A região dos Campos Gerais, com uma quebra estimada em 8% na produção, é a menos impactada, a que tem a menor retração em relação ao inicialmente esperado. De acordo com o Deral, A região Oeste é a mais atingida pela quebra de safra no Paraná, com redução prevista de 71% na colheita de soja, de 65% na de milho e de 60% na primeira safra de feijão, podendo somar R$ 8,1 bilhões de prejuízo. Em âmbito estadual, a perda média estimada é de 39% na lavoura de soja, 36% no milho e 30% no feijão. Na soja, isso representa que das cerca de 21 milhões de toneladas projetadas para a atual safra, os números parciais do Deral mostram que a colheita não deve passar de 12,8 milhões de toneladas - são quase 8,2 milhões de toneladas a menos, fazendo com que os produtores deixem de receber R$ 23 bilhões.

Imagem ilustrativa da imagem Deral estima perdas de R$ 1,01 bilhão na safra da região
|  Foto: Fernando Rogala
 
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE DINHEIRO

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE