Editorial
Estratégica para greve
Da Redação | 14 de janeiro de 2021 - 01:52
Uma paralisação dos caminhoneiros em plena pandemia é tudo o
que o Brasil não precisa. E se essa greve for deflagrada, Ponta Grossa é
estratégica para as lideranças por concentrar um dos maiores entroncamentos
rodoviários da região Sul do país. Em maio de 2018, o fechamento de estradas teve
forte impacto na economia da cidade, que ficou sem combustível e com
supermercados desbastecidos.
Os caminhoneiros protestam contra a alta do preço do combustível (em dezembro, o óleo diesel S10 era encontrado, em média, a R$ 3,683 no país, segundo dados da ANP) e o projeto de lei (PL) da BR do Mar. Nesse sentido, em uma tentativa de reduzir o valor do combustível, os motoristas de caminhão se mostram contrários à Política de Preço de Paridade de Importação (PPI) aplicado pela estatal Petrobras.
Os motoristas pedem também a instituição de um piso mínimo de frete e o Código Identificador da Operação de Transporte (Ciot) “para todos”. O código ajuda a regulamentar e fiscalizar o pagamento do valor do frete. Essa manifestação, prevista para o dia 1º de fevereiro, foi aprovada pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) em dezembro do ano passado.
De acordo com o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, essa grave poderá ser maior do que a realizada em 2018, devido ao grau crescente de insatisfação da categoria, principalmente em relação ao preço do diesel e às promessas não cumpridas.
a ANTB representa cerca de 4,5 mil caminhoneiros, e não vê problema de realizar uma greve em plena pandemia. A alta do preço do diesel é o principal motivador da greve, mas conquistas obtidas na paralisação de 2018, que chegou a prejudicar o abastecimento em várias cidades, também estão na lista de dez itens que estão sendo reivindicados ao governo para evitar a greve.