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Coluna 'Trilha da Fé': O sino que rachou de tanto tocar

Coluna 'Trilha da Fé': O sino que rachou de tanto tocar

Coluna 'Trilha da Fé': O sino que rachou de tanto tocar
Coluna 'Trilha da Fé': O sino que rachou de tanto tocar -

Pelo mundo, em muitas cidades, grandes ou pequenas, antigas ou novas, os sinos ressoam de hora em hora nos campanários das igrejas ou das catedrais. Eles existem desde o século V e foram muito usados na Idade Média, particularmente nas comunidades monásticas para chamar os monges, que, durante o dia, se espalhavam por diversos locais dos mosteiros no cuidado de suas atividades. Tempos depois, foi ficando comum ouvi-los também nas igrejas paroquiais, convidando o povo de Deus para a celebração da Eucaristia e para outros atos de piedade. O Ritual Romano apresenta uma benção solene aos sinos das igrejas e explica o simbolismo e o poder espiritual que eles passam a ter quando abençoados.

E o badalar dos sinos acabou ganhando uma simbologia a mais, na atualidade. Chamar a atenção para momentos alegres, tristes e de conscientização. Assim foi, este ano, quando no Domingo da Misericórdia, em 11 de abril, às 15 horas, os sinos das igrejas brasileiras repicaram na manifestação de sinais de esperança, fé e solidariedade diante das mortes pela Covid-19.  Ou em outubro de 2019, quando soaram na abertura da Semana Nacional da Vida. Ou ainda em março de 2014, em que os sinos tocaram no dia da canonização do Beato Anchieta.

Fatos históricos também são marcados assim. Em uma igreja da Diocese, a sua mais antiga paróquia, o sino repicou para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial. E badalou tanto que chegou a partir. A Igreja Matriz de Sant'Ana, padroeira de Castro, foi fundada em 1774 e apresenta as marcas da arquitetura do tempo do Brasil Colonial e Imperial. Ainda possui os lustres de cristal e o belo sino de bronze, doados por Dom Pedro II, em 1880. O sino tem 120 quilos e “rachou, após ter sido tocado euforicamente pela população em 8 de maio de 1945, dia da vitória dos alidos”.

Hoje com mais de 90 anos, Valmor Vilella estava com um grupo de amigos naquele dia e comemorava no ‘Bar do Cavalin’ o fim da guerra. Estavam com ele Francisco Cavalin, Alfredo Schendroski, Emídio Santos, Vanico Quadros e mais alguns dos quais não lembra o nome. Tomaram cerveja até perto das 3 horas da manhã. Saíram e foram até a casa paroquial para pedir que o padre Nicolau Przybycien abrisse a igreja para que eles pudessem tocar o sino. O pároco disse, no entanto, que não poderia e voltou a dormir. O grupo, então, conseguiu uma alavanca, arrombou a porta da torre e subiu. “Tocamos os sinos desse horário, três da manhã, até às seis horas da manhã, quando um deles se quebrou”, relembra Vilella, o único dos amigos que está vivo e lúcido.

O sino fica em exposição na igreja, mas não pode ser usado porque seu som foi comprometido devido à rachadura.

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