PUBLICIDADE

Crônicas dos Campos Gerais: Festa da Colheita

Texto de autoria de Carlos Mendes Fontes Neto, engenheiro civil, Ponta Grossa.
Texto de autoria de Carlos Mendes Fontes Neto, engenheiro civil, Ponta Grossa. -

Crônicas dos Campos Gerais: Festa da Colheita

Bem ali no Trevo do Tronco, indo de Ponta Grossa para Castro, entrando à direita, se chega à Colônia Terra Nova. Terra de gente imigrante que veio da Alemanha lá pelos anos 30 do século passado. Pouco à frente, pela estrada sem pavimento, ladeada em alguns pontos por pinheiros e mata ainda nativa e em outros por campos de plantação, existe um museu que mostra os primeiros anos da difícil vida de imigrante. Um pequeno museu que guarda muita história, com utensílios, mobília e equipamentos agrícolas do início da colonização.

E é ali, também, que se realiza todo ano a festa em agradecimento à boa colheita, a Erntedankfest. Ela inicia com missa na igreja situada no meio do campo, dedicada à Santa Terezinha, numa manhã de domingo do mês de maio, e segue com a procissão dos colonos em trajes típicos até o pequeno pavilhão montado ao lado do museu. É ali que um almoço típico alemão é servido aos participantes, em grandes mesas comunitárias, após a chegada do desfile dos tratores antigos preservados pelas famílias. E com as apresentações folclóricas do Sonnenstrahl, provando os Waffeln e as Apfelstrudel, percebemos que as tradições ancestrais são mantidas e valorizadas ali, principalmente pelas mulheres. Elas são a coluna de sustentação da identidade da colônia. E isso transparece desde a mais idosa até a mais jovem, característica de força herdada da mulher germânica que veio para o Novo Mundo. Poucos metros além, fica a casa das Maus, construída de madeira serrada manualmente no modelo que obedece aos padrões da terra-mãe, com área para depósito e maquinários no térreo, ampla cozinha no pavimento principal e os quartos na parte superior. E ali, ao redor de uma enorme mesa, palco de refeições que reuniam uma família numerosa, elas contam sobre a vida da colônia para os visitantes. Cuidam do museu, preservam as araucárias, e ainda mantêm a terra que produz a fartura, nem sempre fácil.  Se quedam como guardiãs de uma cultura que sedimentou a formação dos Campos Gerais junto a todos os outros povos que cruzaram o mar e aqui vieram construir suas vidas.

Se ainda se lembram da planície do Vale do Reno ou dos bosques e campos da Floresta Negra, não podem deixar de se admirar com a beleza que encontraram na Terra Nova. 

Assim, lá pelas bandas de Castro, existe ainda uma terra com uma gente que canta “kein schöner Land in dieser Zeit als hier das unsere weit und breit” (Não há terra mais bonita nestes tempos aqui como a nossa, extensa e larga).

Texto de autoria de Carlos Mendes Fontes Neto, engenheiro civil, Ponta Grossa.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE