Política
Ministro discute em PG o futuro do Parque Nacional
Fernando Rogala | 01 de maio de 2019 - 02:32
Líder da pasta de
Meio Ambiente debate sobre o Parque Nacional dos Campos Gerais com produtores.
Proposta quer acabar com decreto que estabeleceu criação do parque.
O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles cumpre agenda em
Ponta Grossa nesta quarta-feira (1º). O líder da pasta no governo de Jair
Bolsonaro estará na cidade para discutir sobre o a funcionalidade Parque
Nacional dos Campos Gerais com produtores e lideranças locais. O encontro é uma
iniciativa da deputada federal Aline Sleutjes (PSL), que acompanhará Salles
durante a passagem.
O tema tem gerado polêmica em toda a região e, inclusive,
chegou a ser comentado durante a sessão da Câmara de Ponta Grossa na última
segunda-feira (29). O principal ponto de discussão é sobre a funcionalidade da
unidade de conservação de mais de 21 mil hectares criada em 2006, por decreto federal,
e que também incorpora os municípios de Carambeí e Castro.
De acordo com a deputada federal, a instalação do parque “ficou
no papel”, sem indenizar moradores e produtores que residiam dentro dos
limites. Aline também afirma que o gestor da unidade, o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade, vem impondo restrições ao desenvolvimento das
atividades. Uma delas é o acesso ao crédito por parte dos produtores. Por isso,
nos últimos dias, a deputada apresentou uma sugestão para que seja cancelado o
decreto que estabeleceu a unidade de conservação.
A medida gerou insatisfação por parte do vereador Pietro
Arnaud (Rede), que se posicionou durante a sessão de segunda-feira (29). “A
área que o parque ocupa em de Ponta Grossa é de 6,6%. Em Castro, 2,3%, e em Carambeí
é de 2,2%. Da área total dos municípios, o parque ocupa menos de 4,5%. A área
de vegetação nativa no Parque é de mais de 76%”, detalhou o vereador, contrário
à revogação do decreto.
A deputada federal acredita que o encontro de produtores com
o ministro seja importante para alinhar questões referentes ao meio ambiente e
à área produtiva. “Os dois podem trabalhar em colaboração, de modo que se
mantenha a preservação ambiental e os proprietários não sejam penalizados”,
disse.
Parque dos Campos Gerais
abrange atrativos turísticos
Uma das preocupações em relação ao ‘fim’ da área de
preservação ambiental diz respeito aos pontos turísticos abrangidos pelo Parque
Nacional dos Campos Gerais. Na região de Ponta Grossa, por exemplo, a área
engloba espaços como o Buraco do Padre, a Cachoeira da Mariquinha e o Capão da
Onça. De acordo com Aline Sleutjes, é necessária a construção de uma proposta
que incentivem os proprietários das terras a preservar os parques. “A região tem
pontos turísticos de relativa importância, com milhares de visitações durante o
ano. Tenho certeza de que é possível fazer com que essas atrações turísticas
naturais sejam mantidas”, disse.
Encontro
A reunião a respeito do decreto que estabelece o Parque Nacional dos Campos Gerais está marcada para as 13 horas de quarta-feira (1º) na Iberá Sementes – de propriedade do presidente da Associação Industrial, Comercial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Taques Fonseca. Além de Ricardo Salles, o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Márcio Nunes, também tem presença confirmada.