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Partidos precisarão de quase 10 mil votos para eleger vereador

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Redução de cadeiras na Câmara municipal aumenta quociente eleitoral e deixa eleição 21% mais difícil para candidatos ao Legislativo. Cientista político acredita que ‘bomba’ deve cair no colo dos que representam minorias.

Quem pretende se candidatar ao cargo de vereador em Ponta Grossa durante as eleições do próximo ano deve se preparar para um pleito mais difícil que o dos últimos anos. Uma estimativa rápida, levando em consideração os votos válidos da última eleição municipal – quando 178,2 mil pessoas foram às urnas no primeiro turno – aponta que o quociente eleitoral deve subir de 7.750 em 2016 para 9.380 em 2020. O aumento é de 21% em relação aos dois períodos.

Caso o número de eleitores seja semelhante no próximo pleito, é possível estimar que um partido político necessite de quase 10 mil votos para eleger um vereador em Ponta Grossa. Isso por conta da decisão do Congresso Federal, ao final de 2017, de acabar com as coligações partidárias para cargos proporcionais (vereadores e deputados), que entra em funcionamento a partir do próximo ano e faz com que as legendas lutem entre si nas eleições municipais.

Para o cientista político Fábio Anibal Goiris, o aumento do quociente eleitoral deve afetar com mais força os candidatos que representam as minorias locais. Segundo o pesquisador, devem ser eleitos vereadores que levantem bandeiras de causas mais amplas, o que, por consequência, deve diminuir a representatividade no Legislativo Municipal.

Um exemplo: ao invés de ser eleito alguém que represente os professores das escolas públicas, a Câmara deve contar com um vereador que levante a bandeira de toda a Educação, englobando causas comuns entre professores de escolas, universidades, servidores e outras classes semelhantes. “A cultura ponta-grossense se abraçou nessa questão de diminuir gastos. Mas acabou estagnando a democracia, em termos de representatividade. Líderes menores terão mais dificuldade para se eleger”, conta Goiris.

O pesquisador vê pontos falhos no argumento de que a diminuição de cadeiras trará economia aos cofres públicos – discurso levantado pela maioria dos vereadores favoráveis à redução. “É preciso analisar o que isso vai representar de diferença no orçamento municipal e se não valeria a pena ‘gastar um pouco mais’ para se ter uma representatividade maior. É cedo para dizer, mas no meu ponto de vista, a redução dos custos é pequena e o valor monetário é inferior ao de representatividade da população”, ressalta.

Fim de coligações reduz chances de partidos menores

Para o cientista político, o fim das coligações para vereador pode piorar ainda mais as chances de classes minoritárias elegerem novos vereadores. No entanto, existe sim um lado positivo na mudança. “Tende a prejudicar partidos menores, que sozinhos não conseguem votações expressivas. Mas quem sabe ela possa diminuir o número exagerado de partidos, fazendo com que os pequenos desapareçam e se aglutinem a legendas maiores e com afinidade ideológica”, conta. Para Goiris, o fim das eleições evita o fenômeno das ‘legendas de aluguel’, mas também diminui o pluralismo político.

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