Política
Pelissari fala de acesso a dados da VCG: ‘Não nos dá segurança’
Rodrigo de Souza | 30 de julho de 2019 - 00:06
Na Câmara, presidente
da AMTT garante que ‘espelhamento’ de software da VCG não é suficiente para
transparência do sistema e reforça pedido pela criação de fundo.
O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte
(AMTT), Roberto Pelissari, afirmou na Câmara que somente a criação do fundo de
transporte trará à Prefeitura de Ponta Grossa a total transparência do sistema público
de ônibus. Ele rebateu a informação do advogado da Viação Campos Gerais (VCG),
Rodrigo Venske, que na semana passada esteve na sessão legislativa e disse que
o poder público teria acesso a todos os dados disponíveis com o ‘espelhamento’
do software que controla a bilhetagem eletrônica.
Nesta segunda-feira (29), foi a vez de Pelissari prestar
esclarecimentos aos vereadores na Casa de Leis em relação ao projeto de lei nº 211/2019,
que tramita desde o final do mês passado e atualmente está impedido pelo
Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) de ser analisado em plenário. O
presidente da AMTT acredita que o espelhamento dos dados, sem o controle total da
venda de passagens, não faz com que a Prefeitura saiba tudo o que acontece
dentro do sistema. “A disponibilização dos dados em forma de espelho, como a
empresa propôs, não nos dá segurança. Isso não significa o acesso ao sistema de
bilhetagem, e sim apenas uma cópia dele”, explicou.
Pelissari também contrariou a afirmação de Venske em relação
ao possível aumento no preço da tarifa causado pela criação do fundo – o advogado
disse que ele poderia alterar a matriz de risco de contratos futuros,
refletindo em um bilhete mais caro nas próximas licitações. “Quando foi
implantado o sistema integrado [pegar várias linhas de ônibus com uma
passagem], havia um temos de que iria alterar a matriz de risco e que a empresa
iria quebrar. Mas o sistema só crescer e a tendência é que, ao longo do tempo,
se perceba que a criação do fundo é benéfico”, disse.
Em relação à demora por parte da AMTT em relacionar os
servidores que teriam acesso ao sistema espelhado, Pelissari afirmou que só
informará os nomes à empresa após um decisão final da justiça sobre a
tramitação do projeto de lei que cria o fundo de transporte. "Não temos em
um primeiro momento a necessidade de verificarmos toda essa questão
operacional. Queremos a transparência total e o poder de intervenção do sistema
nas mãos, e não somente o espelhamento dele", contou. Na semana passada, o
advogado da VCG informou que aguarda, há cerca de 15 dias, somente o
fornecimento dos nomes dos servidores que ficarão responsáveis pelo
acompanhamento dos dados para dar acesso à AMTT ao sistema.
Conselho de
Transporte deve se reunir essa semana
Enquanto a discussão sobre o fundo de transporte segue
impedida judicialmente, o Conselho Municipal de Transporte (CMT) deve se reunir
ainda nesta semana para analisar as planilhas de gastos do sistema de ônibus e
chegar a um novo valor da tarifa técnica. Apesar de o preço atual da passagem
estar em R$3,80, a VCG afirma que o valor está defasado e que deveria estar em
R$ 3,99 (tarifa técnica atual). Existe a expectativa que uma nova sugestão
sobre o preço saia ainda essa semana.