Política
DEM: Mainardes põe nome à disposição para a Prefeitura
Vice-presidente da Câmara de Ponta Grossa afirma que partido deve lançar candidato para o Executivo e se coloca à disposição. Objetivo é planejar a cidade em longo prazo.
Rodrigo de Souza | 23 de novembro de 2019 - 01:04
Vice-presidente da
Câmara de Ponta Grossa afirma que partido deve lançar candidato para o
Executivo e se coloca à disposição. Objetivo é planejar a cidade em longo
prazo.
A executiva nacional do Democratas definiu que irá lançar um
candidato a prefeito em todas as cidades brasileiras com segundo turno – ou seja,
com mais de 200 mil eleitores. Em Ponta Grossa, o vereador e vice-presidente da
Câmara, Sebastião Mainardes (DEM), colocou o nome à disposição do partido para
disputar o principal cargo do Executivo municipal.
De acordo com Mainardes, o próximo prefeito precisa manter
os bons trabalhos da atual gestão, principalmente na Saúde e Educação, e também
solucionar problemas crônicos como o de Infraestrutura. Para isso, ele acredita
que a melhor alternativa é pensar a cidade para o futuro, principalmente
através do Plano Diretor – atualmente em processo final de construção na
Prefeitura. Para o vereador, é necessário que a cidade seja pensada para além
dos quatro anos de uma administração – o que pode ser feito com as estratégias
do plano.
Jornal da Manhã: Como
o Democratas vem se estruturando para as eleições do próximo ano? O partido
pensa em lançar um nome para buscar o Executivo municipal?
Sebastião Mainardes:
As eleições são somente no ano que vem e ainda é cedo para começar a discussão,
mas elas já iniciaram. Os demais partidos, assim como nós do Democratas,
estamos discutindo o processo eleitoral. As executivas estadual e nacional
pretendem lançar candidatos a prefeitos em todos os municípios que tenham mais
de 200 mil eleitores – que tenham segundo turno – e ainda em Ponta Grossa não
será diferente: teremos candidato a prefeito. Fui chamado para essa discussão.
Teremos uma reunião em Brasília nos próximos dias e meu nome está à disposição do
partido para ser candidato a prefeito em Ponta Grossa.
JM: O nome do senhor
já está consolidado? E como devem ficar os objetivos para o Legislativo?
Mainardes: Eu
tenho quase 26 anos de vida pública. São 10 anos de Executivo e vou completar
10 anos no ano que vem dentro o Legislativo. Fui presidente da Câmara de Ponta
Grossa por três vezes e já participei de todos os cargos da Mesa Executiva,
além de ser presidente das principais comissões da Câmara: Justiça, Finanças e
atualmente de Obras. Nesse longo tempo que estou trabalhando na vida pública,
fiquei oito anos no Detran como chefe regional (entre 1995 e 2003) e também fui
diretor da Receita da Prefeitura de Ponta Grossa. Também sou formado em Direito
e conheço muito bem as duas esferas. Entendo que tenho as condições de participar
do processo eleitoral do ano que vem como candidato a prefeito, mas tudo vai
depender da convenção partidária no próximo ano. Teremos também uma chapa
completa no Legislativo. Hoje estamos em dois vereadores. Recentemente houve
uma redução no número de cadeiras e o DEM votou favoravelmente. Pretendemos da
mesma forma manter no mínimo as duas cadeiras que já temos no Legislativo
Municipal.
JM: Por ser um
partido de renome nacional, o DEM deve ganhar destaque na corrida ao
Legislativo, principalmente após a mudança na lei que não permite mais a
criação de chapas. O senhor acredita que isso possa ser benéfico?
Mainardes: Nas
últimas duas eleições já tivemos chapa pura no Democratas, não fizemos
coligação para o Legislativo. Já estamos preparados para uma eleição de
vereadores com chapa pura. Vai ser assim e já estamos preparados. O Democratas
teve um fortalecimento muito grande com o novo governo de Jair Bolsonaro. O
partido se fortaleceu muito e quer se fortalecer ainda mais nos municípios do
Brasil.
JM: Qual deve ser a
prioridade do futuro prefeito para a próxima administração, para além dos
avanços conquistados nos últimos anos?
Mainardes: Temos
que ter um Plano Diretor, isso é inegável. Não poderíamos estar até hoje sem
ele. Estão terminando o estudo, mas é uma falha muito grande não termos ainda.
A cidade cresceu, se desenvolveu e precisamos ter um planejamento de tudo que precisa
acontecer no futuro, é de suma importância. Nos anos de mandato tive a
participação na discussão do zoneamento. Essa região que estamos (Oficinas,
local da entrevista) teve um desenvolvimento muito bom graças a projetos de lei
de minha autoria. É um local muito próximo da região central, mas que não tinha
desenvolvimento. Tinha fórum, mas não tinha desenvolvimento. Quando foi criado
o Centro Jurídico, mudamos o zoneamento e grandes prédios estão sendo
construídos, próximos do Centro e com vias boas de acesso. Penso que até para
que as pessoas tenham boa saúde, a cidade precisa ser pavimentada 100%. Pessoa
no barro, no pó, normalmente desenvolve problemas de saúde. Por isso a cidade
precisa ser pavimentada 100%. Uma pessoa no barro, no pó, normalmente
desenvolve mais problemas de Saúde. Então precisamos melhorar a qualidade de
vida das pessoas. Tem toda a parte de Saúde, Educação... que é muito
desenvolvida no Município, mas precisamos continuar avançando. Em relação às
metas principais, já estamos formando um grupo de estudos com pessoas
qualificadas, como médicos, engenheiros e administradores, para montar um pano
de governo para a nova gestão.
JM: É possível dar
atenção a todos os bairros de Ponta Grossa diante de um perímetro urbano tão
extenso como é o da cidade?
Mainardes: É
difícil, mas tem que ser trabalhado. Nós já mudamos em um dos meus mandatos
como vereador. Escuto muito dizerem que só temos bairros próximos da
Prefeitura, como a Ronda, com deficiência de infraestrutura. E de repente já
temos bairros distantes bastante estruturados. Isso é possível porque mudamos a
lei a exigimos que todos os loteamentos da cidade fossem estruturados com galerias
de água, esgoto e pavimentação. Então temos bairros distantes com tudo isso, e
aqui do ladinho do Centro temos muita carência. Bairros antigos não tiveram
esse previsão, mas nos novos já possuem. Temos que investir neste sentido
também.
JM: Como deve ficar a
ligação da prefeitura de Ponta Grossa com o Estado, que hoje é bastante forte,
caso o candidato do DEM assuma o Executivo?
Mainardes: Com
certeza, temos essa ligação direta. O deputado Plauto (Miró Guimarães), que é
de Ponta Grossa, faz parte da base do Ratinho (Junior). Fui coordenador de
campanha do Ratinho nos Campos Gerais, fiz trabalho em 13 municípios. O Sandro Alex
vem fazendo um trabalho maravilhoso, tenho um respeito muito grande por ele e
acho muito importante a presença do deputado como secretário de Estado. Ele
contribui bastante, não só para Ponta Grossa, mas para todo o Paraná. Sou
Marcelo (Rangel) sou companheiro há anos. Por oito anos defendi o governo,
ajudei, fui duas vezes presidente nestes oito anos e todos os projetos do
Marcelo que entendemos como bons para a cidade foram aprovados sem grandes
dificuldades. Problemas existem, vivemos em uma crise nacional e os municípios
sofrem com isso. Quando o país vai mal, a cidade vai mal. Mas Ponta Grossa vive
um bom momento, com muitas obras, muita coisa acontecendo... Só tenho que
valorizar o trabalho dessas pessoas. Não estou dizendo que eu tenho ou não o
apoio deles, isso vai ser decidido lá na frente. Mas temos uma ligação muito
próxima com o Ratinho. Então, sendo eleito um prefeito do DEM, vai haver sempre
uma porta aberta com o governador.
JM: Por que a
população de Ponta Grossa pode acreditar no candidato do DEM como futuro
prefeito, seja o senhor o escolhido ou qualquer outro do partido?
Mainardes: A
administração pública municipal – não digo que teve falhas do prefeito e não
estou criticando – ela precisa ser repensada. Precisamos repensar a prefeitura
e a administração diante de uma crise que deve passar em breve. Mas temos que
pensar no dia de hoje para ter um futuro melhor. O Plano Diretor tem que ser
aprovado para a gente pensar o município não em quatro anos, mas em 30. Quando
se pensa em quatro, logo o tempo passa e se criam novas dificuldades. Temos que
repensar a administração pública com inteligência, planejamento e acima de tudo
enxugar a máquina pública de tal forma que as despesas sejam reduzidas. Temo um
limite (prudencial) muito alto na folha pessoal. Existem mecanismos, sem prejudicar
o trabalho de ninguém, para resolver. Tenho um respeito muito grande pelos
servidores públicos, tenho muitos amigos que trabalham lá. Mas temos que
repensar e estudar mecanismos para enxugar a pública.