Valtão é alvo de novo pedido de cassação na Câmara de PG

Pedido de cassação foi realizado pelo PRTB e argumenta que Valtão “quebrou decoro parlamentar”. Vereador está em prisão domiciliar 

O Diretório Municipal do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) protocolou um novo pedido de cassação do filiado Walter José de Souza, o Valtão, vereador em Ponta Grossa. O pedido foi apresentado pelo ex-vereador e atual presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), Celso Cieslak, e foi discutido no Diretório Municipal, além de ter aval do diretório estadual. 

A executiva municipal do PRTB em Ponta Grossa se reuniu na noite desta quarta-feira (27). Segundo o presidente do Diretório Municipal, o novo pedido de cassação tem o aval do presidente estadual, Adalmo Alves. “Discutimos esse novo pedido abertamente com o presidente estadual que nos deu seu aval e também junto dos colegas do partido na cidade”, contou Guiarone. 

Valtão tomou posse do quarto mandato consecutivo na Câmara após receber autorização do Poder Judiciário - o vereador cumpre prisão domiciliar e é réu por corrupção no escândalo do EstaR Digital. Valtão está em prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica - o vereador já admitiu ter recebido propina de R$ 15 mil mediada pelo empresário João Barbiero. 

O vereador do PRTB era relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o EstaR Digital. O parlamentar teria recebido a propina para apresentar um relatório final favorável à empresa Cidatec que realiza a gestão do serviço. Além de Valtão, três empresários foram presos e continuaram detidos acusados de corrupção ativa e passiva. 

O novo pedido de cassação apresentado desta vez por Cieslak apresenta trechos do regimento interno do partido e deve fazer com que o Legislativo crie uma nova comissão para avaliar a cassação de Valter. Um pedido assinado por Sargento Guiarone já havia sido apresentado em dezembro de 2020, mas acabou não progredindo até o momento diante do recesso na Casa de Leis. 

O novo pedido de cassação de Valtão deverá ser lido em plenário já na primeira sessão do ano, agendada para o dia 17 de fevereiro. Caso o plenário da Casa de Leis acate o novo pedido de cassação, uma nova comissão deverá ser formada com prazo inicial de 90 dias para avaliar a conduta do vereador do PRTB. Nos bastidores, a cassação de Valtão é tida como certa. 

A reportagem entrou em contato com os advogados responsáveis pela defesa de Valtão, mas não obteve resposta por parte dos defensores do parlamentar.

Partido aguarda andamento jurídico para determinar expulsão

Segundo Sargento Guiarone, presidente do PRTB em Ponta Grossa, o partido já iniciou o debate interno para expulsar Valtão de seus quadros. Segundo Guiarone, o partido aguardará as questões ligadas ao trâmite jurídico do processo no qual Valtão é réu para determinar o andamento do pedido de expulsão interno. “Decidimos primeiro focar na cassação dele [Valtão] na Câmara para depois discutir uma expulsão do PRTB”, explicou Guiarone. 

Cidadãos planejam manifesto pró-cassação

O ano deve começar com manifestação na Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG). Organizados através das redes sociais, um grupo de cidadãos programa um protesto pela cassação do vereador Walter José de Souza, o Valtão (PRTB). Cumprindo prisão domiciliar e usando tornozeleira, Valtão foi autorizado a tomar posse nesta semana - ele é réu por corrupção e já admitiu ter recebido R$ 15 mil em propina no escândalo envolvendo a CPI do EstaR Digital. O protesto tem sido organizado pelo Facebook e por um grupo no WhatsApp, intitulado “O poder emana do povo”. Os membros do grupo afirmam que a manifestação é apartidária e reúne cidadãos com diferentes visões ideológicas.

Saiba mais:

Grupo prepara manifestação em prol de cassação

Empossado, Valtão volta a ter direitos de vereador

Empresários e vereador viram réus por corrupção

Justiça concede prisão domiciliar ao vereador Valtão