Safra
Produtores estão confiantes no mercado
Da Redação | 28 de março de 2015 - 04:32
A alta do dólar fez com que a saca de 60 quilos da soja chegasse a ser vendida na casa dos R$ 65. No início de março, a saca estava sendo comercializada por R$ 61. Feijão também vem apresentando boa rentabilidade. Milho ainda vive a expectativa da exportação
Apesar das chuvas estarem atrapalhando pontualmente as colheitas das safras de soja, milho e feijão nos Campos Gerais, os produtores estão confiantes na comercialização dos grãos, principalmente pela disparada da moeda norte-americana.
Em relação aos três produtos, o que mais vem se destacando é soja. Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) de Ponta Grossa, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), José Roberto Tosato, a alta do dólar fez com que a saca de 60 quilos do grão chegasse a ser vendida na casa dos R$ 65. “Isso ocorreu quando houve o pico da valorização do dólar e a moeda americana atingiu R$ 3,30”. O valor é superior ao que está sendo registrado nos estados de Goiás (R$ 62); Rio Grande do Sul (R$ 63,13) e Santa Catarina (R$ 60,50). No início de março a saca estava sendo comercializada por R$ 61. “Muitos agricultores comercializaram a soja para fazer dinheiro. Assim como eles, as corretoras e cooperativas estão de olho no mercado externo e principalmente na Bolsa de Chicago”, contextualiza Tosato. Dos 540 mil hectares plantados nos Campos Gerais, 40% já deixou o campo. O rendimento médio é de 3,6 mil quilos por hectare
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Em relação ao milho, dos 100 mil hectares plantados já foram colhidos 85%. O rendimento está entre nove e 11 mil quilos por hectare. Algumas áreas em Arapoti, Castro e Tibagi, segundo o Deral, conseguiram atingir 12 mil quilos por hectare. Apesar da grande maioria da comercialização ser feita internamente no país, o fim da colheita e a baixa dos estoques nos Estados Unidos da América (EUA) – principal exportador mundial de milho – vem abrindo uma nova possibilidade para o mercado brasileiro. “O preço do milho está estacionado entre R$ 25 e R$ 26 a saca. Isso já está sendo registrado há mais de um mês. Esse valor está assim devido a grande oferta de produto no mercado. Todavia, o anúncio de que os EUA vão voltar sua safra de milho também para a produção de etanol, fez com que surgisse uma luz e se abrisse a possibilidade da exportação do grão. Quem lucrará com isso se realmente acontecer será o Brasil e a Argentina”, comenta Tosato.
Outros Estados buscam feijão da região
A safra de feijão da região já apresenta 20% do produto colhido. Ao todo, são 50 mil hectares plantados, com um rendimento de 2,6 mil quilos por hectare. Devido às chuvas das últimas semanas algumas regiões registraram perdas significativas na qualidade do grão. “Teve feijão que mofou e que germinou na vagem. O resultado foi a comercialização pela metade do valor da saca que atualmente é de R$ 150”, comenta José Roberto Tosato, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral). Apesar dos contratempos, o interesse de outros Estados pelo produto dos Campos Gerais vem animando os agricultores. “Principalmente Minas Gerais e São Paulo estão vindo adquirir feijão da nossa região. A estiagem nos respectivos Estados fez com que a área plantada fosse reduzida, diminuindo a oferta de feijão”, relata Tosato.