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CBGBar o abrigo do underground em PG

Bar acolhe bandas de rock em um ambiente acolhedor, objetivo é que o local seja extensão da casa dos artistas

Bar se torna simbolo do  underground em PG
Bar se torna simbolo do underground em PG -

Bar acolhe bandas de rock em um ambiente acolhedor, objetivo que o local seja extensão da casa dos artistas

Todo roqueiro que se preze conhece a história do CBGB, bar da década de 80 que foi considerado o berço do punk rock. O original está localizado no bairro de Manhattan, em Nova York e recebeu bandas como Ramones, Blondie e The Misfits (hoje consideradas clássicas do estilo). Mas apesar da distância geográfica, não ficamos desamparados quando o assunto é estabelecimento que ainda preza pelo underground. Aliás, Ponta Grossa tem o próprio CBGBar, também conhecido como Bar do Regis, que é, atualmente, o berço do rock e da cena underground na cidade. Esse “título” se deve ao esforço de Regis Daniel Erdmann, proprietário do local que, curiosamente, não fica na região central, mas em um bairro popular da cidade, onde mais de 200 bandas (regionais e nacionais) já passaram.

Porém, a história do ‘Bar do Regis’ não começa pelo estilo que hoje acolhe. Em 2007, quando o lugar foi inaugurado, o som dominante era pagode e sertanejo. Os moradores da região já conheciam o estabelecimento por tocar músicas ao vivo nos estilos que são considerados mais populares pelos brasileiros, mas segundo Regis, faltava identificação e público definido: “Eu não conseguia atender algumas demandas do local por causa do público. Os grupos e duplas desse estilo tinham uma prática diferente antes e durante a apresentação”. A história com o rock só começou dois anos depois, em 2009, quando o amigo, Cristiano Kachak, pediu para a banda tocar no local. Se tratava da Banda Bolores, precursora no punk rock em Ponta Grossa, e que já tinha renome nacional na cena.  Por ser um estilo conhecido pela rebeldia, havia um receio dos novos frequentadores, mas que já foram sanadas desde o início: “Depois desse dia, o rock dominou o bar, e eu fui me empolgando com o estilo, apreciando cada vez mais. Mas o que mais me motivou a continuar nesse gênero foi a facilidade de intermediar com as bandas. Tudo era muito mais tranquilo. O público é o mais respeitoso que já conheci. O pessoal que gosta do rock aprecia e são leais a esse estilo, por isso acabam sendo os mais fiéis”, afirma Régis.

Centenas de músicos de Ponta Grossa e da região já tocaram no CBGBar, mas houve algumas apresentações memoráveis de bandas de renome nacional, da cena underground, que ficaram na boa lembrança dos frequentadores, como, ‘Orda Punk’, ‘Invasores de Cérebro’, entre outros.

O CBGbar já enfrentou problemas por conta do barulho, mas que já foram resolvidos por conta das reformas no tratamento acústico. Por outro lado, a maioria dos moradores dos arredores estimulam o movimento que a região tem quando o bar está aberto. “Eu tenho uma vizinha que tem mais de 90 anos, e ela pega um banquinho, senta-se na frente da casa dela para escutar as músicas. Quando melhorei a questão acústica ela comentou que sentia falta de escutar as bandas, porque aquilo a animava”.

Além do crescimento no movimento do público, o que Régis mais se satisfaz é ver as bandas que acolheu no início, progredindo na carreira. “Ver bandas como Jerimoon, Bolores, Hell Dogs, The Jones, entre outras, e alguns membros de grupos que estão cada vez com mais espaço na música me deixam muito feliz, de verdade. Meu objetivo é não deixar o sonho dessas pessoas morrer. Meu desejo é ver alguma banda que começou aqui com a gente ter muito reconhecimento no país, pois eu acompanho o empenho de todas elas”, afirma Régis, que transformou o local de trabalho em um reduto para os músicos que buscam reconhecimento. “Faço desse espaço uma extensão da casa deles. Sempre os deixo muito à vontade”.

Rock underground em PG

Ponta Grossa já contou com várias “casas” para a cena underground que receberam e deram oportunidade para diversas bandas da cidade. Nos anos 90 havia o ‘Bar do Tim’, que dava espaço para as bandas do estilo heavy metal, ‘Skate Park’ e ‘Espalhafato’, este que recebeu bandas de outros estados para se apresentar por aqui.

Nos anos 2000 em diante, a cena cresceu, aumentando também estabelecimentos que se comprometiam a dar visibilidade ao rock, como: ‘Invisibilium’, ‘Bola 13’, ‘Coco Loco’, ‘Rockdelirius’ e ‘Pub Underground’, este que recebeu também muitas bandas regionais e nacionais. Atualmente, além do CBGBar, Ponta Grossa pode conferir as bandas no ‘Old Road’, ‘Venon’ e ‘Garden’, espaços democráticos do rock.

Mas para o público, o número de estabelecimentos que dão essa oportunidade ainda é insuficiente. Mauro Coruja, músico da banda Raúlceras, explica que o espaço para bandas de rock ainda existe, mas falta parceria de alguns locais que não dão essa possibilidade para parte das bandas, nada do underground.  Para ele, são lugares muito restritos, que acabam deixando apenas um número limitado de grupos se apresentarem, o que deixa repetitivo. Apesar de ter clientes efetivos nos locais onde o underground é bem-vindo, para alguns músicos o público poderia ser mais participativo. Giovanni Biancato toca há 15 anos, e já foi membro de mais de 10 bandas, para ele ainda há falta de colaboração e incentivo. “Toda semana a cidade conta com apresentações de bandas que se empenham ensaiando e compondo. Existe até uma cobrança por parte das pessoas nas redes sociais para que a cena cresça. Mas não enche, não há mobilização suficiente para estimular os músicos”, lamenta. 

Texto: Maiara Clausen

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