Urbe
Aventureiros de PG enfrentam desafios em montanha
O Pico Paraná tem mais de 1800 metros de altitude; todo fim de semana dezenas de aventureiros tentam chegar ao seu topo
Da Redação | 26 de outubro de 2019 - 03:17
O Pico Paraná tem mais de 1800 metros de altitude; todo fim
de semana dezenas de aventureiros tentam chegar ao seu topo
montanha mais alta do sul do Brasil fica no Paraná.
Localizada entre o município de Antonina e Campina Grande do Sul, no alto dos
seus 1877 metros, o Pico Paraná, é o sonho de muitos montanhistas. A cada fim
de semana, dezenas deles, partem rumo ao Pico para tentar chegar ao seu cume.
Um grupo de ponta-grossenses viveu essa aventura, e voltou para casa com muitas
histórias para contar.
A formação rochosa de granito e gnaisse faz parte de um
conjunto de serra chamado Ibitiraquire, que inclui também os cumes União e
Ibitirati. Para atravessar a Fazenda Pico Paraná é preciso pagar uma taxa no
valor de R$10 por pessoa. No pé da montanha também há estacionamento, sem
custo. A trilha leva em média seis horas para ser concluída, mas o tempo pode
variar bastante dependendo do condicionamento físico dos aventureiros. Helton
Alexandre Soares, um dos organizadores da excursão, já conhecia a montanha,
mesmo assim destaca que cada volta ao Pico é única.
“Foi bastante desafiador por conta de algumas pessoas que se
arriscaram pela primeira vez no Trekking de Montanha já de cara no maior do sul
do país e que não sabiam das suas dificuldades e limitações, inclusive medo de
altura, tendo em vista que passamos por obstáculos como grampos, correntes e
cordas para escalada. Isso acabou dificultando um pouco mais justamente pelo
fato de ser um grupo grande, então acabamos levando um pouco mais de tempo do
que o planejado – o grupo levou 9h para chegar ao cume -, mas cada subida ao
pico é diferente”, relata. No total, 16 amigos saíram de Ponta Grossa para
tentar subir o Pico, alguns com mais experiência em montanhismo, outros
iniciantes. Na mala, roupa, cantil, saco para dormir, kit de higiene, primeiros
socorros, isqueiro, fogareiro, capa de chuva, combustível, canivete, corda,
alimento e muita água.
A trilha é toda sinalizada, mas não é fácil, nem aconselhada
para iniciantes. No caminho, há terrenos arenosos, matas fechadas e penhascos.
Há também o elevador, um dos pontos mais assustadores. Com ganchos fixados no
paredão é preciso escalar com cuidado, e um passo em falso pode ser o fim.
Durante o caminho, vencer os próprios limites físicos é a maior conquista para
alguns, enquanto para outros, o medo é o maior inimigo a ser derrotado, como
conta Bruno Rafael dos Santos. “Sou acostumado a fazer vários esportes, mas
essa foi a primeira vez no Trekking, em um dos percursos considerados difíceis,
mas me ajudou a superar meu medo de altura, apesar de um elevado risco, foi
muito emocionante”, relembra.
Do alto da montanha ícone para os montanhistas, a vista é
revigorante. Pela manhã é possível ver o dia nascendo sobre as nuvens, que aos
poucos vão se dissipando e abrindo espaço para uma visão única do litoral
paranaense e da represa do Capivari. São esses momentos que fazem surgir novos
montanhistas a cada excursão. Quem vai uma vez e chega ao topo, não se contenta
mais em ver a montanha de outro lugar que não seja embaixo dos seus pés.
Belas paisagens compensam todo o esforço do grupo
Jessica Silva Santos, nunca tinha feito trekking e encarou
logo o Pico Paraná, o maior desafio da vida da jovem de 23 anos. “Ao amanhecer,
lembro de ter acordado por volta das 06hrs da manhã, tudo muito escuro ainda,
abri a barraca, olhei em volta e vi uma imensidão branca parecendo o mar.
Levantei, tomei um bom café e começamos a prestigiar o nascer do sol. Foi a
sensação mais gostosa que já tive. E naquele momento pude perceber o quanto
somos pequenos nessa imensidão; o quanto estar ali foi gratificante e o quanto
todo esforço foi recompensando com aquele nascer”, conta