Política
Ação na Justiça pode fazer com que região perca representante em Brasília
MPE protocolou na Justiça Eleitoral ações de impugnação de mandato contra coligações e partidos que podem resultar na perda de representantes dos Campos Gerais em Brasília.
Da Redação | 17 de janeiro de 2019 - 01:31
MPE protocolou na Justiça
Eleitoral ações de impugnação de mandato contra coligações e partidos que podem
resultar na perda de representantes dos Campos Gerais em Brasília.
O Ministério Público Eleitoral do Paraná (MPE-PR) protocolou
na Justiça Federal seis Ações de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) contra partidos
e coligações por suspeita de lançamento de candidaturas ‘fantasmas’ para
cumprir a cota mínima de vagas para o sexo feminino. A ação pode ter reflexos
diretos na representatividade de Ponta Grossa e dos Campos Gerais, já que pede
a descontinuação dos mandatos obtidos pelas legendas.
Uma das ações é direcionada à coligação Endireita Brasil,
que reuniu candidatos do PSL, PTC e PATRI na busca por vagas a deputado federal
e, na região, elegeu a deputada Aline Sleutjes (PSL). Caso a Justiça Eleitoral
julgue favorável o pedido do MPE, todos os votos obtidos por candidatos da
coligação seriam anulados e os mandatos obtidos pelas legendas sofreriam
descontinuação. Com isso, os mandatos da chapa – inclusive o de Aline – seriam distribuídos,
de acordo com o Código Eleitoral, entre os partidos e coligações que atingiram
o quociente partidário.
Além da ‘Endireita Brasil’, outras duas coligações foram
alvo da ação: Endireita Paraná (PSL, PTC e PATRI), que concorria aos cargos de
deputado estadual; e Unidos Pelo Paraná (PRTB e PRP), para os cargos de
deputados federais. Três partidos também foram denunciados pelo MPE: o Podemos,
nos cargos para deputados estaduais; o PV também para deputados estaduais; e o
PT, para cargos de deputados federais – o que barraria, por exemplo, o mandato
de Gleisi Hoffmann. Segundo o Ministério Público Eleitoral, houve prática de
fraude e do abuso de poder na composição da lista de candidatos.
Apesar da denúncia, pessoas ligadas ao partido e à Aline
Sleutjes não acreditam que o caso possa realmente derrubar o mandato da
deputada. No entanto, caso se confirme, a região perderia um representante na
Câmara em Brasília, ficando somente com o deputado federal Aliel Machado (PSB)
como porta-voz dos Campos Gerais.
Advogado e especialista em Direito Eleitoral, Sérgio Belotto
afirma que não é possível confirmar se a Justiça dará procedência à denúncia,
principalmente por conta da composição das turmas que analisam o pedido. “Cada
composição que sentencia pode entender de uma forma. Como as turmas e os
titulares se renovam, as decisões podem ser divergentes”, explica. Sem citar
nomes, o advogado citou casos na região em que pessoas com cargos eletivos foram
afetadas com denúncias semelhantes, mas o tribunal acabou julgando
improcedente.
O portal aRede entrou em contato com a
assessoria da deputada Aline Sleutjes, que deve encaminhar um retorno em breve
sobre a situação. Já o PSL do Paraná, por nota, informou que considera a ação “absurda”,
justamente porque a denúncia supostamente para defender candidaturas femininas
acabaria impugnando o mandato de uma deputada federal eleita.