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O que a Pandemia nos tem ensinado?

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Por  Kátia Gisele Costa

O tema tem sido recorrente mas as justificativas não se esgotam pois cada segmento da sociedade quer levantar o dedo para falar, assim como acontece na sala de aula. O mundo mudou do dia para a noite como um tabuleiro de xadrez revirado que precisa recriar suas regras. Algumas peças tentam dar conta das suas responsabilidades enquanto prestadores de serviço e cidadãos, já outras parece que esqueceram que até dois meses atrás faziam parte do mesmo jogo.

Aproveitamos para convidar você leitor para pensar sobre as dificuldades e mesmo uma inabilidade para “fazer mágicas” num contexto em que a realidade, a mão de obra humana e as ferramentas físicas e tecnológicas estão na vitrine e olhadas com minuciosidade. Em pouco tempo de isolamento social conseguimos tirar algumas conclusões nessa rotina constante de input e output.

Nosso primeiro ponto de análise está relacionado às expectativas das famílias com relação às soluções que, hipoteticamente, as tecnologias trariam para um momento como esse especialmente para crianças de até os 10 anos de idade, encarados como nativos digitais. Eles nasceram sim, em um ambiente em que a tecnologia já estava presente, mas isso não quer dizer que dominem por completo a sua utilização. Portanto, as crianças estarão à deriva se não puderem contar com um adulto para lhe dar suporte, ajudar a ligar e desligar microfone, acessar links, incluir senhas de acesso entre outros detalhes que fazem parte desta realidade. Lembremos que as crianças aprendem rápido e logo estão “independentes”, a partir desta ajuda inicial.

Nossa segunda constatação é que professores não são youtubers (e ainda bem que não são) pois o objetivo central deles, sejam os de crianças pequenas ou os de adolescentes, é atingir seus alunos no sentido de mantê-los conectados com o universo escolar e fazê-los descobrir novas formas de aprendizagem. O “clima”, às vezes, tenso, às vezes descontraído, das aulas dos alunos de pré-vestibular tem acontecido em videoaulas e encontros online; notamos inclusive a “voz do Lobo Mau” se propagando em vídeos para crianças de 2 anos. Ou seja, o professor, é sim, um sujeito fantástico capaz de se adaptar às mudanças de forma brilhante, ministrando suas aulas e utilizando ferramentas que eram apenas recursos adicionais e agora passaram a ser o recurso principal.

Se por um lado nesta pandemia se percebeu mundo afora que os afazeres escolares passaram a não ter tanta importância quando se tem a saúde e a vida em risco, por outro, ao se prolongar o isolamento social uma “nova escola” foi surgindo famílias, alunos e professores passaram a aprender, trabalhar e colaborar cada vez mais.

Especificamente quando se fala de crianças pequenas a interação social com as professoras e amigos, feita agora nas aulas ao vivo online, favorece a manutenção dos vínculos de amizade e estimula que os pequenos realizem algumas atividades buscando a não paralisação total do processo de aprendizagem. Para os adolescentes as telas de luz azul não substituem os recreios e intervalos das aulas pelos corredores. Mas encontrar o “profe” e os “brothers” logo cedo, ainda que na telinha do quarto, traz um alívio ao estudo solitário de cada dia.

Observamos de maneira progressiva a consolidação da parceria entre Família e Escola, que há tantos anos a literatura especializada tem pedido e afirmado como ponto indispensável para o sucesso acadêmico. Não podemos desconsiderar aqueles que têm mais dificuldades de avançar neste novo caminho. Existem também os que esperam alguma mágica para resolver a ausência do presencial, mas a grande maioria dos pais embarcou junto com a escola nessa imensa viagem de mudança e transformação. Estamos juntos aprendendo o que faz falta na ausência do professor, o que precisa ser enviado pra casa para a realização das tarefas, quais os limites de datas e horários a serem estipulados nas plataformas de ensino, o que os pais podem encarar como dever e o que é apenas sugestão na realização de cada proposta.

O saldo que estamos tirando disso tudo é que todos estão se superando e com saudades do contato pessoal. As tecnologias têm nos sido úteis e indispensáveis, porém, comprovamos que o contato físico, o vínculo afetivo, as relações humanas e o “olho no olho” não serão substituídas por máquinas ou redes sociais. Aprender é uma habilidade humana. Momentos de dificuldade nos ensinam que podemos, com garra, trabalho e fé, superá-los e sairmos mais maduros e mais sábios do que éramos antes.

 Kátia Gisele Costa é coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Pontagrossense Sepam

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