Editorial
O absurdo preço da cesta básica em PG
Da Redação | 14 de junho de 2022 - 00:31
Levantamento realizado pelo Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa tem um resultado desanimador: a cesta básica em Ponta Grossa passou a custar, em junho, R$ 840,89. Isso significa uma alta de R$ 89,85 em comparação com janeiro, quando a cesta custava R$ 751,04.
Inflação alta, combustível caro, crise política e ano eleitoral. Todos esses componentes não são problemas exclusivos dos ponta-grossenses, mas a crise dá sinais de agravamento com a proximidade de outubro, quando a população vai às urnas para escolher o novo presidente, senadores, deputados e governadores. Não existe perspectiva de melhoras. Muito pelo contrário: o país está afundado numa grande crise econômica.
A alta da cesta básica nos últimos três anos é a maior desde o Plano Real. A inflação atual é perversa, porque está focada nos alimentos básicos e nos bens e serviços, como energia elétrica e gás de cozinha. Produtos como carne, café e pão aumentaram muito além da inflação num momento de pandemia.
A escalada da inflação começou com os impactos da pandemia de coronavírus. Todavia, os preços continuam pressionados por uma combinação de fatores domésticos e externos, como a guerra entre a Rússia e Ucrânia.
Especialistas reforçam que há um problema de oferta, e não de demanda, que começou durante a pandemia em 2020 e que vem se agravando de forma expressiva, sem nenhuma solução do governo para isso. A elevação da taxa Selic, colocada pelo governo como o único tratamento possível da inflação, é ineficaz, porque não está tratando a causa. A medida acaba jogando a economia numa recessão, indicando que o país não terá crescimento, geração de emprego e investimentos.
Em Ponta Grossa, dos 33 produtos da cesta básica, 18 ficaram mais caros, 13 tiveram queda de preços e dois mantiveram os valores. O leite recebe destaque no grupo “Alimentação Geral”, ficando 11,80% mais caro. Dentro deste grupo, o feijão ficou mais barato (5,19%). O grupo “Carnes” apresentou aumento de 7,15%, sendo a carne bovina o produto mais caro (9,16%).