Política
Aliel aponta reforma tributária como prioridade para 2020
Deputado federal aposta em ano movimentado em Brasília e reforça trabalho pela região dos Campos Gerais.
Da Redação | 24 de dezembro de 2019 - 03:22
Deputado federal aposta
em ano movimentado em Brasília e reforça trabalho pela região dos Campos
Gerais.
A reforma tributária será o principal ponto de debate em
2020 no Congresso Nacional. Pelo menos é o que espera o deputado federal Aliel
Machado (PSB), que encerra o ano como um dos principais nomes do Paraná na
Câmara Federal. Na visão do parlamentar, o balanço do ano foi bastante
positivo, mas algumas mudanças propostas pelo governo afetaram os mais pobres e
ampliaram a desigualdade social.
Aliel encerrou o ano com o nome em destaque em algumas
discussões nacionais, como é o caso da prisão em segunda instância. O deputado
foi escolhido como vice-presidente da comissão especial que analisará a PEC, o
que faz com que qualquer opinião pessoal sobre o tema ganhe repercussão
nacional.
As emendas impositivas do deputado para 2020 serão definidas
somente em fevereiro, mas um aporte para a construção do Parque Ecotecnológico
já foi confirmado, ao lado de outros dois deputados.
Jornal da Manhã: na
sua opinião, as reformas apresentadas pelo governo foram os principais debates
políticos em Brasília durante o ano?
Aliel Machado: Foi
o primeiro ano do governo. Houve uma expectativa muito grande. Temos uma crise
econômica que afeta a vida de milhões de brasileiros. Aí você entra no debate
da política para entender qual o caminho para resolver esses problemas sem
prejudicar as pessoas, ou evitando situações que prejudiquem as pessoas mais
simples. Tivemos discussões envolvendo a reforma da Previdência, fui membro
titular da comissão especial. Houve uma discussão sobre reforma trabalhista em
que o governo editor por MP uma mudança em alguns aspectos. Houve também uma
grande decepção porque a principal reforma, que se trata da questão econômica e
que não minha opinião deveria ser feita com prioridade, ainda sequer foi encaminhada
pelo governo. Teve também a questão do pacote anticrime, uma expectativa muito
grande da população por conta dos índices de violência do nosso país. Mas,
entre ‘mortos e feridos’, tivemos bons números e bons debates. É o papel do
parlamento e a nossa responsabilidade.
JM: Recentemente o
deputado foi escolhido como vice-presidente da comissão especial que irá
analisar a PEC da prisão em segunda instância. Na CCJ, o deputado foi favorável
à mudança na lei. Esse posicionamento deve ser mantido?
Aliel: Vamos
começar o debate agora com especialistas, mas é um pouco diferente do que
previa o Sergio Moro. No pacote anticrime, ele previa mudar a lei, não a
constituição. Na minha opinião, a proposta é inconstitucional, já que uma
mudança tem que ser feita através de PEC. O que propomos é alterar o artigo 102
e o 105 da Constituição Federal para mudar o trânsito em julgado. Defendemos
tirar toda a morosidade da Justiça e mudarmos o trânsito em julgado de todas
esferas: trabalhista, cível, previdenciária, criminal... Muda o conceito do trânsito
em julgado. Com isso, uma ação trabalhista, previdenciária ou cível vai durar
menos. Acho possível fazer essa alteração porque a população exige, além de permitir
acabar com privilégios que ainda existem no nosso país.
JM: E o que o
deputado espera do Congresso e do governo federal no ano de 2020?
Aliel: É um ano
eleitoral, então Brasília só deve funcionar no começo e no final do ano.
Esperamos que o governo reflita um pouco sobre a desigualdade, porque todas as
áreas acabam sofrendo consequências quando se há problemas de desigualdade.
Espero que venha uma reforma tributária e que o governo tenha coragem e
autonomia para apresentá-la. Espero que façam o que querem fazer: taxar os mais
ricos. É preciso também desburocratizar, melhorar a vida do empresário e
resolver problemas com menos burocracia. Minha grande preocupação está voltada
na reforma tributária. É o tema que
temos que nos concentrar e esperamos que o governo encaminhe a proposta e que
ela seja plausível, que não venha com aumento de impostos e CPMF.
JM: Este foi o primeiro
ano do deputado como o único representante tipicamente de Ponta Grossa e de
modo ‘full time’ em Brasília. Esse novo cenário altera a forma de trabalhar?
Aliel: Temos
posicionamentos muito claros e não fugimos do debate. Acredito que a
representação política não foi prejudicada. Conhecemos bastante o governo e
abrimos portas para resolver problemas junto à União. No fechamento da
procuradoria, por exemplo, mobilizamos líderes e deputados de outras regiões,
marcamos uma reunião e resolvemos a situação em pouco mais de uma semana. Nós
continuamos priorizando a nossa região, municípios e, principalmente, Ponta
Grossa. Nos últimos dias fiz um anuncio de R$ 2,6 milhões em recursos livres
específicos para a área de investimentos. Tudo isso fora nosso trabalho junto
às universidades e instituições, conseguimos aportes bem importante. Em
Brasília foi o ano de maior conquista do meu mandato em relação à atuação
parlamentar. Aprovamos projetos importante de minha autoria e fui eleito pelos
jornalistas como melhor deputado do Paraná. Fico contente em ter essa
possibilidade de brigar pelos interesses da nossa cidade e também do país.
JM: Para 2020, o
deputado já definiu a destinação de alguma emenda impositiva?
Aliel: Tem uma
emenda que deixei carimbada: a construção do complexo anexo à UTFPR, em
parceria com os deputados Toninho Wandscheer (PROS) e Sandro Alex (PSD). Fizemos
um aporte de R$ 2 milhões somados. É uma união para o bem da cidade, independentemente
de questões políticas. Temos muitos investimentos para a região, mas ainda não
definimos porque isso tudo depende de analisar projetos e conversar com prefeitos
e representantes. Vamos tomar a decisão em fevereiro, que é o mês quando
indicamos quem vai receber. Mas teremos grandes novidades e investimentos em
várias áreas de Ponta Grossa.
JM: O deputado avalia
ser candidato para a prefeitura de Ponta Grossa em 2020. Já existe alguma
posição definida sobre o tema?
Aliel: Ainda não
há uma decisão tomada sobre a candidatura para Ponta Grossa, mas estamos
montando um projeto para apresentar a cidade. Ao lado de engenheiros, médicos,
professores, e toda a comunidade, estamos ouvindo, colhendo dados e fazendo
pesquisas para apresentar um projeto. Meu nome fica em evidencia porque
disputei as eleições [em 2016] e a cidade me deu 45% dos votos. É natural que
nomes surjam. Eu não tenho nenhum interesse na prefeitura em negócio ou empresa,
não sou filho de político e nem nada. Para mim seria mais cômodo dizer que não
sou candidato e fico como deputado. Mas não vou ser falso de dizer que eu não
me preocupo com a cidade. Ser prefeito é a única forma de mudar muitas coisas
que julgo ser importante. Eu gosto de política, não vou deixar de discutir
nossa cidade.
O que?
Com a escolha de Sandro Alex de Oliveira (PSD) em assumir o
posto de Secretário de Estado da Infraestrutura e Logística no governo de
Ratinho Junior, Aliel Machado se tornou o único deputado federal por Ponta
Grossa atuando em tempo integral. O nome de Aliel deve figurar entre os mais
importantes nas eleições municipais do próximo ano, quando o deputado tentará –
ainda que não confirmado oficialmente – a vaga na prefeitura. Ele e o
empresário Marcio Pauliki (SD) são, até o momento, os dois principais nomes da
disputa.